45Revista Mosaico. 2013 Jul./Dez.; 04 (2): [45][46][47][48] Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
ResumoEm 1889, houve a transição do regime monárquico para o republicano, em nosso país. Os ideais republicanos ganharam fôlego com a publicação do Manifesto Republicano em 1870, com a posterior fundação do Partido Republicano, em 1871. A partir daí os envolvidos neste mesmo partido começaram a disseminar e defender suas ideias por meio, principalmente, da imprensa. Qual terá sido o alcance dessa defesa? Será que todos de fato associaram a república ao progresso? Será que o povo participou e apoiou, o golpe de 1889? Este artigo se propõe a tratar exatamente desse aspecto, ou seja, da participação, ou não, do povo nesse processo de transição para o regime republicano, e, também, como de se deu a relação deste mesmo povo com o novo governo, em seus primeiros anos.
Palavras
IntroduçãoBuscaremos compreender a questão da participação popular no momento da transição do regime monárquico para o republicano em 1889, por meio da análise comparativa entre dois artigos: "A modernidade republicana" de Maria Tereza Chaves de Mello; e "Os três povos da República", de José Murilo de Carvalho;
DesenvolvimentoNo primeiro artigo, Maria Tereza tem como objetivo abordar a difusão de valores democráticos e de modernização no final do século XIX, que colaboraram para a instalação da República. Segundo ela, nos vários jornais e fontes impressas do momento, o próprio termo República, passou a ser associado à ideia de modernização, de avanço, progresso, enquanto a Monarquia, cada vez mais impopular, era associada aos privilégios, à teologia -ligação com a Igreja -e ao atraso. Às vésperas do golpe, o Império encontravase cercado de pequenas Repúblicas, e segundo a historiadora, que já davam largos passos, pois tinham maior adesão às ideias avançadas. Sem contar que nesses países havia a separação entre a Igreja e o Estado e a permissão do divórcio. Enquanto no Império era quase impossível se operar qualquer mudança, principalmente devido a lentidão da burocracia e dos procedimentos. E apesar de estar em um período de paz, esta paz era mais interpretadacomo um momento de estagnação. Rompendo esta estagnação, estava a geração do momento, completamente engajada com a política e a situação de seu país. Imbuídos por novas ideias, como o Positivismo -que imputava à humanidade um sentido sempre rumo ao progresso, superando as adversidades, os atrasos, e dentre estes a Religião e a Monarquia -encontraram incentivo para a defesa de um novo regime, que superaria estes elementos que não são benéficos para a modernização, para a evolução. A autora aponta a imprensa como grande difusora dessas ideias e como elemento de politização, um subsídio