Este estudo abordou a problemática da avaliação psicopedagógica no âmbito da Educação Especial e Inclusiva. O trabalho teve como objetivo principal analisar os relatos de uma equipe multidisciplinar sobre a avaliação e o diagnóstico de alunos do público-alvo da Educação Especial. De maneira secundária, a pesquisa buscou as implicações desses relatos para as ações de educação inclusiva no município pesquisado. O estudo foi realizado num município de pequeno porte, no interior do estado do Paraná. Foram efetuadas entrevistas com a equipe de Educação Especial do município e duas pedagogas atuantes nas escolas. Foi utilizado um roteiro semiestruturado, as entrevistas tiveram duração média de 25 minutos e foram realizadas em locais previamente combinados com cada participante. Os dados foram transcritos e analisados a partir de seus temas. Foram obtidas três categorias temáticas: a) Critérios de avaliação das crianças; b) Concepções e instrumentos para o processo avaliativo e c) Implicações do processo de avaliação. Os resultados revelaram uma avaliação apoiada em laudos médicos, testes centrados na criança e critérios pré-estabelecidos para o encaminhamento dessas crianças para a própria avaliação. Consideramos que essas ações relatadas indicaram uma fragilidade na realização de um trabalho com perspectiva inclusiva. Ponderamos que as principais implicações desses dados para a educação inclusiva recaíram em dois aspectos: 1) a necessidade de mudança de concepção no processo de avaliação em ambiente escolar e 2) a necessidade de (re)pensar sobre a forma como os aspectos da Educação Especial e Inclusiva tem sido enfatizados na formação profissional.