Mudanças nas concepções do professor do ensino fundamental em relação à inclusão após a entrada de alunos com deficiência em sua classe

Abstract

As concepções dos professores podem determinar as atitudes sociais em relação à inclusão do aluno com deficiência na sala de aula. Dentre dessa temática, pode-se questionar: a concepção de inclusão do professor do ensino regular muda no decorrer do ano letivo após a entrada de alunos com deficiência? Assim, objetivou-se identificar a existência de mudanças de concepções do professor do ensino regular em relação à inclusão. Participaram do estudo cinco professores do ensino regular que atuavam em sala de aula com pelo menos um aluno com deficiência, em três escolas de Município do interior Paulista. Os dados foram coletados durante um ano letivo por meio de três procedimentos: entrevista não-estruturada; segmento bimestral das informações por meio de cadernos de conteúdo e entrevista semi-estruturada, ao final do ano. Os dados foram tratados por meio da técnica designada como análise da enunciação. Dessa análise, foram estabelecidas classes e subclasses, aferidas por juízes para verificar o grau de concordância da análise. Os resultados mostraram mudanças de concepções nas subclasses: expectativa em relação à inclusão do aluno com deficiência no ensino regular, experiência em relação à inclusão, perfil do aluno para ser matriculado no ensino regular; ritmo de aprendizagem do aluno com deficiência na sala de aula regular, avaliação da aprendizagem do aluno com deficiência, dificuldades em lidar com a diversidade, dificuldade em lidar com a disciplina/comportamento do aluno com deficiência e dificuldade para ensinar o aluno com deficiência. Conclui-se que a entrada, por si só, do aluno com deficiência no ensino regular não garantiu a mudança de concepção dos professores.

Programa de capacitação em síndromes genéticas: o processo de inclusão e as atitudes sociais

“…Another widely covered factor in literature has to do with the attitudes towards the people with special educational needs(SEN).The relationships these people have with the world around them and the representations and attitudes constructed in society can significantly interfere in the inclusion process 7 .Several studies have investigated the influence of social attitudes of parents, caregivers 8 , teachers [9][10][11][12][13][14] and students without SEN 7,15-18 on the inclusion process. The results show the contact with the impaired and the access to information on the theme can contribute to the construction of more appropriate conceptions and positive attitudes 7 .…”

Attitudes about inclusion by educators and physical educators: effects of participation in an inclusive adapted physical education program

“…However, it is possible that different components of attitudes affect teachers' perceptions of their own intentions from perceptions of selfefficacy. Studies show that having contact with students with disabilities in school alone does not ensure changes in the teachers' attitudes (Monteiro & Manzini, 2008). On the other hand, children who have contact with peers with disabilities during school show greater tolerance and a greater moral obligation toward inclusion than do those without contact (Gasser, Malti, & Buholzer, 2013).…”

“…The literature shows that, in most countries-as supported by campaigns by the UN Convention on the Rights of the Child in 1989, and the U.N. Convention on the Rights of Persons with Disabilities (2006), teachers tend to show favorable attitudes toward the inclusion paradigm, as long it is accompanied by resources and incentives for teacher training (Gerghut, 2010, Peterson, 2006Gutierres Filho et al, 2011;Monteiro & Manzini, 2008;Kurniawatia et al, 2012). In fact, regardless of teachers' training experiences, students with disabilities at various stages of severity, who are included in regular schools, show better scores on academic tests and can more adaptively solve challenges presented by the community (Jordan, Schwartz, & McGhieRichmond, 2009).…”

Inclusão de crianças com Síndrome de Down

“…Outros estudos também mostram o despreparo do professor e a falta de capacitação para atender à diversidade dos alunos (Ferraz, Araújo & Carreiro, 2010;Leonardo, Bray & Rossato, 2009;Monteiro & Manzini, 2008). Esse despreparo pode estar relacionado à falta de apoio e também à formação inicial inadequada dos educadores (Garcia, Roman, Nascimento, Avoleta, & Escudeiro, 2006;Mendes, 2010).…”