2004
DOI: 10.1590/s1413-24782004000200006
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A arte de endurecer "miolos moles e cérebros brandos": a racionalidade médico-higiênica e a construção social da infância<A NAME="suptitulo"></A>

Abstract: IntroduçãoCiclos. Etapas. Momentos. Fases. Níveis. Está-gios. Períodos. Idades. Estes substantivos, apesar das diferenças que guardam entre si, contêm e auxiliam na construção da idéia de vida segmentada, aspecto que consiste em um ponto de articulação comum entre eles. Remetem e reforçam a tese de que é possível, valendo-se de recursos variados, reconhecer aspectos comuns nas diferentes partes da cronologia da vida. É, portanto, no interior dessa crença que a idéia de infân-cia vem sendo formulada e reproduzi… Show more

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“…Em torno do século XIX, a adolescência emergiu como um construto no discurso médico e pedagógico (GONDRA; GARCIA, 2004;LOPES DE OLIVEIRA, 2006), passando a ser definida tal como uma fase com características específicas, processos e comportamentos relativamente normativos e previsíveis LIEBESNY, 2003;BOCK, 2004), diferenciados da infância e da idade adulta (TEIXEIRA, 2003). É possível identificar, inclusive entre correntes da Psicologia, a adolescência retratada como fenômeno natural e universal, em abordagens que negligenciam sua inserção histórica e as condições concretas de vida em que se formam e transformam os sujeitos de dada geração (BOCK, 2007;OZELLA, 2003).…”
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“…Em torno do século XIX, a adolescência emergiu como um construto no discurso médico e pedagógico (GONDRA; GARCIA, 2004;LOPES DE OLIVEIRA, 2006), passando a ser definida tal como uma fase com características específicas, processos e comportamentos relativamente normativos e previsíveis LIEBESNY, 2003;BOCK, 2004), diferenciados da infância e da idade adulta (TEIXEIRA, 2003). É possível identificar, inclusive entre correntes da Psicologia, a adolescência retratada como fenômeno natural e universal, em abordagens que negligenciam sua inserção histórica e as condições concretas de vida em que se formam e transformam os sujeitos de dada geração (BOCK, 2007;OZELLA, 2003).…”
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“…A obra de tais autores tem sido sistematicamente analisada, tanto em estudos históricos (Ariés, 1981, Elias, 1994, entre outros), quanto principalmente no campo da história da educação (destaco, entre os mais recentes, os trabalhos de Narodowski,1994, Cambi, 2000, Botto, 2003, Gondra, Garcia, 2004. Os grandes tratados pedagógicos produzidos entre os séculos XVI e XVIII, destacadamente os de Locke e de Rousseau, são tomados como matrizes para a construção de uma pedagogia moderna ao longo dos séculos XIX e XX, voltada para a produção de uma escola centrada na educação da infância.…”
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“…Essa produção iria desembocar, por um lado, na construção e consolidação de um campo disciplinar, a psicogenia ou psicogênese, afirmada como espaço de produção e difusão de conhecimentos sobre o desenvolvimento individual. Por outro, iria resultar na articulação crescente do conceito de idade mental com a educação em sua conformação no início do século XX e na afirmação de uma escola seriada, dividida em classes anuais, distribuídas de acordo com a idade cronológica do aluno Ó, 2003;Souza, Valdemarin, Almeida, 1998;Gondra, Garcia, 2004).…”
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“…Aristóteles e Rousseau, por exemplo, defendiam que os jovens eram impulsivos, conflitantes e instáveis, fato que justificava a comparação da adolescência a um período de tormenta (Lopes de Oliveira, 2006). No entanto, foi só por meio do discurso médico e pedagógico que a adolescência começou a ser definida como uma fase do ciclo de desenvolvimento com características específicas que se materializam em comportamentos padronizados compatíveis com a idade dos mais jovens (Araújo & Lopes de Oliveira, 2010;Gondra & Garcia, 2004;Lopes de Oliveira, 2006).…”
Section: A Construção Da Adolescência Pelas Ciências Humanas E Psicolunclassified