“…Apesar de certa hesitação inicial, a ditadura decidiu responder às acusações feitas na CIDH. Cooperar minimamente com as organizações internacionais de direitos humanos -ao contrário das ONGs, com quem não se estabeleceu qualquer tipo de diálogo -foi uma das reações do governo Médici às denúncias internacionais (GREEN, 2009) e se tornou parte de uma estratégia mais sistematizada de política externa a partir do governo Geisel, conduzida por Azeredo da Silveira e por um grupo interministerial criado especificamente para lidar com direitos humanos (RORIZ, 2017). Quando ponderou sobre o assunto, Alarico Silveira opinou que era importante manter a interlocução com a CIDH, "com vistas a evitar, quando mais não seja, o desgaste que representaria interna e externamente uma decisão que nos aproximasse, em termos práticos, da postura assumida pelo Chile e Argentina" (MRE, 1981h), ditaduras que tinham uma relação muito mais difícil com a Comissão.…”