2007
DOI: 10.1590/s0104-83332007000100010
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Abstract: Este artigo apresenta os modos de socialização de um grupo de mulheres lésbicas masculinas em um bar do centro do Rio de Janeiro. Através da explicitação das autodenominações e das performances corporais, tento desvendar modos alternativos de construção de masculinidades que tem como suporte o corpo das mulheres e não dos homens. Por sua vez, essas performances dão espaço para a discussão dos modos em que as categorias binárias de homem/mulher e masculino/feminino se desmancham na cotidianidade do campo.

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“…Nesta literatura o termo butch é utilizado para denominar as lésbicas masculinas, aquelas "[...] que se sentem mais confortáveis com estilos, códigos e identidades genericamente masculinos do que com aqueles femininos" (Halberstam, 1998, p. 120). Da mesma forma, ao utilizar a expressão "masculinidades femininas", Lacombe (2007) rompe com o binarismo compulsório que associa práticas masculinas somente aos corpos dos homens e práticas femininas aos corpos das mulheres. A expressão denota, portanto, a possibilidade de uma masculinidade de mulheres, entendendo os comportamentos e práticas associadas a essa masculinidade como perfomances, não como expressão da natureza dos homens.…”
Section: "Sapatões" E Lésbicasunclassified
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“…Nesta literatura o termo butch é utilizado para denominar as lésbicas masculinas, aquelas "[...] que se sentem mais confortáveis com estilos, códigos e identidades genericamente masculinos do que com aqueles femininos" (Halberstam, 1998, p. 120). Da mesma forma, ao utilizar a expressão "masculinidades femininas", Lacombe (2007) rompe com o binarismo compulsório que associa práticas masculinas somente aos corpos dos homens e práticas femininas aos corpos das mulheres. A expressão denota, portanto, a possibilidade de uma masculinidade de mulheres, entendendo os comportamentos e práticas associadas a essa masculinidade como perfomances, não como expressão da natureza dos homens.…”
Section: "Sapatões" E Lésbicasunclassified
“…Como teorizado pelos estudos queer, a homossexualidade feminina no cárcere reflete a existência de diferentes categorias para tratar das performances de masculinidade de mulheres lésbicas. No entanto, ao invés de denunciar a limitação do binarismo que associa práticas masculinas somente aos corpos dos homens e práticas femininas aos corpos das mulheres (Lacombe, 2007), a "transformação" de mulheres em homens na prisão parece, sim, legitimar esse mesmo binarismo, associando comportamentos específicos a homens e mulheres.…”
Section: Ruptura E Continuidadeunclassified
“…Percebe-se que nossas entrevistadas romperam com muitos imperativos femininos (Lacombe, 2010), que operavam na esfera social e familiar, já que optaram por não constituir uma família convencional heterossexual, assumiram uma identidade lésbica e não se referem à maternidade enquanto projeto central de suas vidas.…”
Section: Família De Origem Heranças E Constituição Subjetivaunclassified
“…Não deve parecer estranho que o primeiro capitulo seja o desenho metodológico e seu eventual percurso ao longo da pesquisa, ao contrário, essa configuração deixa transparecer a influência das teorias feministas lésbicas e pós-estruturalistas (BUTLER, 2017b;FALQUET, 2004;LACOMBE, 2007;LAURETIS, 1987;LORDE, 1984;PRECIADO, 2006;RICH, 2010;SCOTT, 1995, 1998, SWAIN, 2000, 1999WITTIG, 2006), que buscam priorizar as vozes das sujeitas, neste caso as vozes "lésbicas". Assim esta pesquisa apresenta um caráter simultaneamente académico, mas com conexões com seu sentido político, conceitualizando e analisando o processo de investigação e, por outro lado, as relações sociais que se apresentam em seu campo social.…”
Section: Percurso Metodológicounclassified
“…Perante este cenário, busquei apoiar-me na bibliografia que analisasse a categoria lésbica (BUTLER, 2017b;FACCHINI, 2002;HALBERSTAM, 2008;LACOMBE, 2007;PRECIADO, 2015;RICH, 2001RICH, , 2010RUBIN, 1986;SWAIN, 1999SWAIN, , 2004TOLEDO;FILHO, 2010;TRUJILLO, 2014;WITTIG, 1993WITTIG, , 2006 como também, nos aportes da metodologia interdisciplinar adotada na pesquisa, problematizando também como se constituem as práticas socioculturais em modelos definitivos de "ser". Nessa mesma perspectiva, cabe considerar (e refletir) sobre como se instrumentalizam as políticas de identidade, no sentido de onde são localizadas e como são representadas as lésbicas, mas também de compreensão de como elas representam a si mesmas e como se identificam (estas questões serão abordadas no capítulo 3 desta dissertação).…”
Section: Chegar àS Entrevistadasunclassified