Além do masculino/feminino: gênero, sexualidade, tecnologia e performance no esporte sob perspectiva crítica

Abstract

Resumo: A partir de experiências etnográfi cas no mundo esportivo, este texto articula dados empíricos e refl exão teórica em busca da compreensão das implicações

Identificação de papéis ocupacionais em atletas do esporte adaptado

“…Em relação aos dados sociodemográficos, o presente estudo conta com uma amostra predominantemente masculina, sendo 29 homens para 8 mulheres. Camargo & Kessler (2017) consideram o esporte como um mundo masculino que apresenta barreiras de gênero que dificultam o ingresso e permanência de corpos femininos ou, ainda, de homossexuais ou em transição de gênero. Corroborando o achado, o Instituto Noos de Pesquisas Sistêmicas e Desenvolvimento de Redes Sociais (2007) traz que por muito tempo as mulheres foram proibidas de praticarem esportes por estes serem considerados incompatíveis e inadequados para o gênero.…”

Jogando como uma garota: uma revisão bibliográfica sobre atravessamentos de gênero nos eSports

“…Quando se fala em esporte, qualquer que seja, dificilmente a imagem de uma mulher vem atrelada à prática esportivaexceto, talvez, quando se fala em alguns esportes específicos comumente associados a mulheres, como ginástica rítmica por exemplo [6]. Essa lógica de produção semiótico-técnica [7] é um analisador da forma que produzimos e performamos na perspectiva de gênero. Os espaços sociais e os virtuais são atravessados por formas, práticas, discursos que domesticam os corpos e apontam caminhos de compreensão da realidade que nos circunda.…”

“…Analisando as referências teóricas sobre o tema, encontramos artigos que têm em seu cerne discussões sobre como as relações de gênero se apresentam nos esportes tradicionais e as tensões advindas da presença de mulheres no meio esportivo. Os conceitos de feminilidade e masculinidade estão atrelados a estereótipos de gênero que impactam a formação da subjetividade dos indivíduos [6] e esses conceitos reproduzem padrões normativos, mas também são passíveis de ressignificação [7]. O estereótipo de "sexo frágil" está comumente atrelado a práticas artísticas, ao conceito de "belo" enquanto algo delicado, podendo ser associado a dança e às ginásticas aeróbicas e rítmicas, mas a maioria dos esportes está atrelada à construção estereotípica da masculinidade.…”

Pânicos de gênero, tecnologias de corpo: regulações da feminilidade no esporte

“…O interesse implícito dessa gestão esportiva se manifesta no controle de fronteiras sociais e sexuais que estão imbuídas de valor (Wagner CAMARGO;Cláudia KESSLER, 2017). O peso dado à antidopagem nessas últimas décadas centralizou a discussão contemporânea na forma dos hormônios (Viviane SILVEIRA; Alexandre VAZ, 2014).…”