“…No último capítulo, "Um olho no gato e outro no peixe: dilemas éticos e os circuitos das ciências", Denise F. Jardim examina o debate sobre a ética em pesquisa etnográfica nos últimos quarenta anos. Segundo ela, o etnógrafo tem que estar atento aos impactos de sua produção no grupo estudado, o que é um problema presente na antropologia e nas ciências sociais (Fleisher e Schuch, 2010;Sarti e Duarte, 2013;Schuch, 2013;Fonseca, 2015; Castro e Silva, Mendes e Nakamura, 2012; Guerriero, Schmidt e Zicker, 2008), já que as normas do Comitê de Ética em Pesquisa orientam de antemão uma forma específica de se fazer pesquisa, muitas vezes contrária à experiência etnográfica, que resulta da relação firmada entre pesquisador e interlocutores. Tal compromisso possibilita o delineamento do campo de observação do pesquisador, que pode ser revisto ou atualizado à luz do vínculo de confiança que compõe essa relação (Bevilaqua, 2010).…”