2005
DOI: 10.1590/s0104-71832005000200011
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Abstract: Este ensaio explora o conceito de crises de fraternidade aplicando-o ao contexto dos conflitos humanos ligados à pós-colonialidade em Moçambique, inspirando-se no conceito de fraternidade desenvolvido pelo filósofo Emmanuel Lévinas. O material analisado é de natureza literária: dois romances recentes, que desenvolvem o tema das reacções emocionais à Guerra Civil ocorrida na década de 1980; e materiais memorialistas produzidos em torno à história controversa de uma mulher branca que optou pela cidadania moçambi… Show more

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“…Contudo, nem sempre este ir e vir literário-histórico é visto com muita simpatia. Pina Cabral (2005), por exemplo, afirmou que o livro indica uma crise de fraternidade estabelecida em "momentos de vida ou de morte em que os laços criados entre pessoas pela pertença comum são irrevogavelmente negados ou reforçados de forma sublime" (ibid., p. 237), como no caso da guerra civil moçambicana retratada na obra. Embora identifique o esforço de JPBC em narrar a guerra através de personagens que vivem à beira do Zambeze e suas relações estabelecidas com os vizinhos Zimbábue e Zâmbia, Cabral critica a posição de Borges Coelho ao fazer uso de uma história recuada sem elencar, de forma clara, os responsáveis pela guerra civil, optando, inclusive, em representar a RENAMO como "bandidos selvagens, violadores sem causa" (ibid., p. 239).…”
Section: Literatura E Deslocamentos Populacionaisunclassified
“…Contudo, nem sempre este ir e vir literário-histórico é visto com muita simpatia. Pina Cabral (2005), por exemplo, afirmou que o livro indica uma crise de fraternidade estabelecida em "momentos de vida ou de morte em que os laços criados entre pessoas pela pertença comum são irrevogavelmente negados ou reforçados de forma sublime" (ibid., p. 237), como no caso da guerra civil moçambicana retratada na obra. Embora identifique o esforço de JPBC em narrar a guerra através de personagens que vivem à beira do Zambeze e suas relações estabelecidas com os vizinhos Zimbábue e Zâmbia, Cabral critica a posição de Borges Coelho ao fazer uso de uma história recuada sem elencar, de forma clara, os responsáveis pela guerra civil, optando, inclusive, em representar a RENAMO como "bandidos selvagens, violadores sem causa" (ibid., p. 239).…”
Section: Literatura E Deslocamentos Populacionaisunclassified
“…Nos romances observados, é possível verificar, não sem alguma surpresa, que as continuidades com o passado não podem ser cortadas sem dor. A descoberta dessas continuidades é, na verdade, em cada um dos casos, uma crise de fraternidade: momentos de vida ou de morte em que os laços criados entre pessoas pela pertença comum são irrevogavelmente negados ou reforçados de forma sublime (PINA-CABRAL, 2005). A partilha, no passado, de um mundo comum, a preteridade, é, além de produtora de especificidades significativas nos contextos pós-coloniais, indicadora de conformações identitárias tecidas a partir de solidariedades primárias que performam matizes de rupturas e permanências.…”
Section: Linhas Abissaisunclassified