“Descansar e dormir sem riscos”: o Jornal do Médico (Portugal) e o desastre da talidomida, 1960-1962

Abstract

Resumo O artigo analisa como o periódico Jornal do Médico, editado na cidade do Porto, em Portugal, divulgou o desastre da talidomida. A pesquisa percorreu as páginas da fonte desde o início de 1960 até o final de 1962. Aqui, objetivam-se apontar e discutir duas questões interligadas: a morosidade em publicar matérias sobre os efeitos deletérios do medicamento, vendido no país sob a denominação Softenon®, e a construção discursiva da isenção da responsabilidade do médico no fenômeno da iatrogenia medicamentosa.

Opportunities and challenges of pharmacovigilance in special populations: a narrative review of the literature

“…72,73 In 1960, the thalidomide tragedy shocked the world, resulting in the birth of tens of thousands of infants with seal deformities. 74,75 This event reminds of concerns regarding drug-induced diseases and represents an important inciting factor for the formation of PV systems.…”

Uso do metotrexato como preditor para malformações fetais

“…Muitas vezes, o efeito adverso de algumas drogas não é evidente de imediato, como exemplo do uso da clonidina, em que as anormalidades fetais podem ocorrer após vários meses, e no caso do adenocarcinoma vaginal com dietilestilbestrol, que podem levar 20 anos para se desenvolver e no da Síndrome de Abstinência Neonatal ( NAS), que é resultante do cessar do medicamento ingerido pela mãe quando o bebê nasce, e geralmente os efeitos do NAS ocorre de horas ou até dias pós nascimento, podendo variar por causa da quantidade de doses ingeridas e o tipo do medicamento ou substâncias que tinha em algum fármaco prescrito (Tuha et al, 2019;Al-Enazy et al, 2017). Essa característica de algumas drogas dificulta o reconhecimento do efeito de novos fármacos na saúde reprodutiva, como o que ocorreu com a talidomida em 1960-1962, quando primeiro esse medicamento serviu como excelente antiemético, melhorando enjoos matinais típicos do período gestacional inicial e anos depois, milhares de recém nascidos nasceram com focomelia ou amelia/dismelia (encurtamento ou ausência de membros superiores e/ou inferiores) (Leandro, 2020).…”