No panorama político contemporâneo, em que a democracia brasileira sofre constantes ameaças sofistas, sobretudo através do discurso de ódio, do desrespeito às bases constitucionais e do incentivo à violência e à discriminação, torna-se cada vez mais difícil e longa a trajetória que as mulheres indígenas da Amazônia Ocidental precisam traçar para superarem a situação de invisibilidade estatística e sub-representação política em que se encontram. Lançando mão do método dialético-dedutivo, da pesquisa bibliográfica e da análise de entrevistas e diálogos, o presente artigo objetiva abordar os problemas e motivos que originam e coadunam com a situação de sub-representação política de indígenas mulheres na Amazônia Ocidental de forma a propor possíveis soluções para diminuir o caminho até a conquista do exercício igualitário da democracia por estas cidadãs originárias. Para isto, foram analisados dados estatísticos, obras literárias e teses escritas por juristas e antropólogos, além de trabalhos e entrevistas realizadas pela docente do curso de Psicologia do Campus de Cacoal da Universidade Federal de Rondônia, a Professora Luciana Ribeiro Conz. A partir das análises fixaram-se os principais agentes (problemas) que determinam a participação política feminina, além disso, foram elencadas, possíveis soluções para esses impasses representativos, com o objetivo de atenuar o árduo itinerário das mulheres indígenas rumo à representação política isonômica.