Shen: categoria estruturante da racionalidade médica chinesa

Abstract

A medicina chinesa é hoje praticada no Ocidente e na própria China através das vertentes denominadas medicina clássica chinesa, medicina tradicional chinesa e medicina chinesa contemporânea, que divergem parcialmente em relação à valorização dada a algumas de suas categorias, entre elas a categoria Shen, freqüentemente traduzida no Ocidente como mente ou espírito. O presente artigo pretende estudar a medicina chinesa diante do conceito de racionalidade médica, definido pela presença de seis dimensões: cosmologia, dinâmica vital, doutrina médica, diagnose e terapêutica. Pretende, ainda, demonstrar a importância da categoria Shen em cada uma dessas dimensões, o que a faz estruturante da medicina chinesa como racionalidade médica. Sob tal perspectiva, a não valorização desta categoria poderia comprometer a medicina chinesa, transformando essa teoria milenar em mera prática terapêutica.

Autonomia e Práticas Integrativas e Complementares: significados e relações para usuários e profissionais da Atenção Primária à Saúde

“…Então eu vejo hoje assim um pouco raso, às vezes, a gente tentando colocar a acupuntura na assistência como um remédio alopático. (Brigida) De fato, autores se preocupam com o risco que a acupuntura corre de ter alguns de seus aspectos essenciais desvalorizados na prática clínica à medida que é absorvida pela racionalidade biomédica 35 . Da mesma forma, a aculturação do yoga também tem sido motivo de preocupação entre os especialistas da área 36 , que questionam novas ideologias do yoga que surgem no mercado, desprovidas de atributos e valores que são essenciais para sua caracterização.…”

A viabilidade da metodologia Pragmatic Randomized Clinical Trials (PRCT) à pesquisa de Medicina Tradicional Chinesa

“…A Medicina Tradicional Chinesa considera que existem diversos meridianos (canais por onde circula a energia vital Qi) espalhados pelo corpo. Dessa maneira, a MTC se caracteriza por uma racionalidade médica vitalista (Souza & Luz, 2011;Ferreira & Luz, 2007), que possui o conceito de vitalidade e energia vital. Desses canais, existem 12 principais que percorrem os membros inferiores e superiores e estão conectados internamente com nossos órgãos.…”

Medicinas complementares: experiências de pessoas idosas vinculadas a um plano de saúde nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro

“…A leitura exaustiva das transcrições permitiu apreender uma visão de conjunto e das particularidades, contribuindo na identificação dos núcleos de sentido, buscando a lógica peculiar e interna do grupo (Minayo, 2013 As medicinas complementares podem auxiliar no hiato entre o cuidado biomédico e as reais necessidades dos indivíduos, pois essas práticas envolvem mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde, expandindo a visão sobre a promoção da saúde, potencializando o cuidado. Com isso, é possível uma nova compreensão do processo saúde/doença, de forma holística e empoderadora (Borges, et al, 2013;Dalmolin, & Heidemann, 2017 (Ferreira, & Luz, 2007).…”