IntroduçãoO processo de formação de profissionais na modernidade toma, como referência, o processo de trabalho determinado e organizado sob os princípios do modo de produção capitalista: produtividade e competitividade. No campo da saúde, essa direcionalidade da formação tem suscitado discussões a respeito de sua adequação à organização do processo de trabalho na saúde tal como preconizado pelos moldes tayloristas, assim como discussões que compreendem a intrínseca articulação entre a formação e o processo de trabalho. Este último funciona como elemento significante para a formação, originando concepções, como: aprendizagem significativa, integração ensino-serviço-comunidade e educação permanente em saúde 1 . No Brasil, tais questões adquirem maior visibilidade na Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, que advoga intervenções para uma formação articulada com o Sistema Único de Saúde (SUS), tendo as redes de serviços de saúde como cenário de aprendizagem e as competências a serem desenvolvidas como característica do perfil profissional a ser formado 2 . Tal política, lançada em 2004 e atualizada desde então por meio de portarias ministeriais, afirma o papel do Ministério da Saúde como ordenador da formação profissional em saúde, e apresenta, em sua implantação, estratégias que compreendem a promoção de ações voltadas para a aproximação da formação com os serviços públicos. Um exemplo é o Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET-Saúde), que preconiza o processo ensino-aprendizagem na rede de serviços, envolvendo docentes, estudantes, equipes de saúde dos serviços e usuários do SUS 3 . Para operacionalizar tais estratégias, o Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, lança editais convocando as Instituições de Ensino Superior (IES) a apresentarem propostas para o desenvolvimento de ações de formação nos cenários das redes de serviço do SUS 4 .espaço aberto