Gênero, direito e relações internacionaisAlves Seixas e Karyna Batista Sposato, em "A responsabilidade do Estado brasileiro no caso Alyne Pimentel pelo CEDAW: mortalidade materna e direitos reprodutivos sob a ótica das críticas feministas aos direitos humanos", refletem sobre os avanços normativos e efeitos das recomendações produzidas pelo Comitê que cuida da implementação da Convenção no primeiro caso de condenação por morte materna (Capítulo 5).O debate sobre a questão de gênero no âmbito institucional inclui ainda mais três contribuições. Em "Sistemas eleitorais e presença das mulheres na representação política: apontamentos de uma perspectiva comparada entre Brasil, Finlândia e Áustria (Capítulo 6), Maria Aparecida Azevedo Abreu analisa o aprimoramento institucional da igualdade entre homens e mulheres no sistema eleitoral, comparando a representação política no Brasil com a de países que adotam o sistema eleitoral proporcional de lista aberta. Na sequência, Ana Paula Martin Martins discute os mecanismos para os avanços da presença feminina em espaços transnacionais, em artigo intitulado "Reflexões sobre igualdade de gênero e os organismos internacionais" (Capítulo 7). Já no Capítulo 8, Adriana Sader Tescari analisa a violência sexual contra a mulher em situação de conflito armado, à luz do direito internacional e das ações nas relações internacionais voltadas para o enfrentamento do problema.Na terceira e última parte do livro, sobre gênero e cosmopolitismo, são discutidos fenômenos políticos e sociais que envolvem a questão de gênero na relação dialética entre o global e o local. Esse bloco de debate é composto por quatro capítulos. O Capítulo 9, "A ONU Mulheres na aldeia: iterações democráticas e mediação cultural", de autoria de Denise Vitale, Renata Nagamine e Giselle Amorim de Souza, discute o ativismo de mulheres indígenas brasileiras à luz de um possível "cosmopolitismo enraizado", com destaque para o papel da ONU Mulheres como espaço de mediação e das mulheres indígenas como mediadores no processo de articulação de um feminismo indígena no Brasil. Olívia Alves Barbosa, em "Com lenço, sem documento: gênero, apatridia e direito nas relações internacionais", analisa as relações entre gênero e apatridia, entendida como uma espécie de Outro da cidadania (Capítulo 10). Na sequência, Vitória Moreira discute "O feminismo das guerrilheiras curdas de Apresentação
11Rojava", (Capítulo 11) analisando o feminismo que emergiu com a autodenominada revolução de Rojava, em 2012, na Síria, do ponto de vista de sua concepção teórica e processo político-social. O livro se encerra com a contribuição de Heloisa Pait e Renata Nagamine "Marielle, Presente! Um luto político e uma reconfiguração da política nacional -a necessária articulação de um pensamento liberal brasileiro que incorpore demandas sociais e de inclusão" (Capítulo 12), no qual as autoras refletem sobre os desdobramentos sociopolíticos do assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018, com um olho no Brasil e outro para as relações entre o luto e...