RESUMOIntrodução: A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma patologia marcada pela síntese de uma tirosina quinase BCR-ABL constitucionalmente ativa. Com o surgimento dos inibidores da tirosina quinase houve uma grande melhora no prognóstico dos pacientes com o tratamento da LMC. A ocorrência de derrame pleural e pericárdico é mais descrita com o uso do dasatinibe, sendo rara com o uso do imatinibe e nilotinibe. Devido à raridade do caso, iremos apresentar um relato de uma paciente de 19 anos em uso de imatinib, a qual apresentou efusões pleural e pericárdica relacionadas à terapia. Relato: Paciente do sexo feminino, 19 anos, apresenta-se ao Pronto Atendimento do Hospital de Clínicas da UFPR em julho de 2012 com queixa de dispneia e dor torácica ventilatório-dependente, com piora nos últimos cinco dias. Ao exame, observou-se murmúrio vesicular diminuído bilateralmente em bases, bulhas cardíacas hipofonéticas, abdome ascítico e edema de membros inferiores abaixo dos joelhos. Foram solicitados exames complementares que demonstraram derrame pericárdico importante associado a tamponamento cardíaco, necessitando de janela pericárdica. Seis dias após o ocorrido a paciente foi reavaliada e internada, sendo submetida à drenagem torácica fechada, com drenagem de 2450 ml no total de 9 dias de internamento. A paciente tinha o diagnostico de LMC t(9,22) desde 2008, tendo sido iniciado o tratamento com Gleevec® 400 mg/dia em março de 2009, tendo sido acompanhada e tendo apresentado apenas efeitos colaterais aceitáveis; a dose da medicação fora mantida até novembro de 2011 quando se optou por aumentar a dose para 600 mg/dia graças a uma resposta molecular subótima. Após a resolução e investigação do quadro, outras causas foram excluídas e optou-se pela introdução do nilotinibe para controle da doença. Conclusão: Este relato ressalta a relevância dos efeitos adversos relacionados ao uso do imatinib no tratamento da LMC.Palavras-chave: fibrose cística, tuberculose, Chopin.