Peças de comunicação governamentais sobre as profilaxias pré (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV (2016-2019): análise de seus conteúdos e circulação entre gays, mulheres trans/travestis e trabalhadoras sexuais

Abstract

Resumo Este artigo analisa a divulgação das profilaxias pré (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV, considerando o papel histórico das campanhas de prevenção à aids. São utilizadas 24 peças de comunicação sobre PrEP, PEP e PC (Prevenção Combinada), produzidas entre 2016 e 2019 e publicadas no site e mídias sociais do Ministério da Saúde, e o depoimento de 30 usuários(as) das profilaxias - que incluem gays, mulheres trans/travestis e profissionais do sexo - na região metropolitana do Rio de Janeiro. As peças foram classificadas quanto ao tipo, ano, público e informação de acesso, e os resultados foram interpretados a partir de três eixos: sexualidade e risco; gênero, emoções e moralidades; deslocamentos do preservativo. A análise indicou o apagamento das expressões de sexualidade e o predomínio de uma linguagem abstrata e esquemática, pressupondo um público racional e individualista, com o preservativo associado à ideia de “risco sexual”. Os relatos dos(as) usuários(as) quanto à divulgação de informações sobre essas profilaxias evidenciaram sua insuficiência. Concluímos que ocorre uma baixa exploração do potencial das campanhas de comunicação, orientadas pela realidade sociocultural dos segmentos sociais, comprometendo o acesso às profilaxias. Assim, a biomedicalização da prevenção e o avanço do conservadorismo prejudicam a resposta brasileira à aids.

Avaliação do conhecimento da profilaxia pré exposição ao HIV pelos estudantes de Medicina da Universidade de Vassouras-RJ

“…A importância do conhecimento teórico e suas aplicabilidades por parte dos profissionais de saúde sobre os critérios de indicação e o emprego adequado das profilaxias para proteção ao HIV são de fundamental importância para a maior adesão da população à terapia, visto que seu êxito depende diretamente da mesma por parte da população (Antonini et al, 2023). E dentre todos os profissionais da saúde, destacam-se os médicos atuantes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), pois são um dos principais responsáveis por realizarem o primeiro contato dos pacientes com tais medicações, podendo-os orientar e iniciar a terapia de forma adequada, sanando possíveis dúvidas e possivelmente elevando a aceitação e o uso da terapia (Mora et al, 2022).…”

Profilaxia Pós Exposição De Risco Ao Hiv: Revisão Narrativa De Literatura

“…A PEP é um método preventivo de grande sucesso, no entanto, ainda não existe de forma rotineira o hábito de realizar consultas, orientações e testes individuais voltados à temática. O que resulta em baixa adesão dos usuários do sistema de saúde, sendo esta profilaxia realizada geralmente em casos de vulnerabilidade, seja por meio de violência doméstica, falha no preservativo, prática sexual com múltiplos parceiros (Mora;Nelvo;Monteiro, 2022;Silva et al, 2021).…”

Avaliação da assistência de enfermagem referida por pessoas vivendo com HIV

“…O MS tem se dedicado na última década ao desenvolvimento de tecnologias para prevenção pré e pós-exposição ao HIV, conhecidas pelos acrônimos PrEP e PEP, respectivamente. O objetivo é orientar a população sobre os benefícios dessas estratégias de prevenção, através de uma linguagem clara e objetiva (Mora;Nelvo;Monteiro, 2022).…”

“…O MS recomenda que os usuários busquem os serviços de saúde por meio do site oficial do Programa ou das principais mídias digitais, para realização da PrEP e/ou PEP, sempre que necessário. Ainda assim, os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e os Serviços de Atenção Especializada (SAE), também, são indicados como fontes de informação, testagem e preservativos gratuitos (Mora;Nelvo;Monteiro, 2022).…”