Introdução: A atenção primária à saúde é lócus de estratégias de cuidado aos diabéticos insulinodependentes, incluindo os grupos de educação em saúde, com vistas a fortalecer o autocuidado. Objetivo: Descrever e analisar oficinas problematizadoras para diabéticos insulinodependentes atendidos em uma Unidade Básica de Saúde inserida em território vulnerável. Materiais e método: Trata-se de pesquisa-intervenção com 14 diabéticos com média de idade de 62,5 anos. Foram organizados quatro encontros em formato de oficinas que se desdobraram a partir de temas geradores elencados nos primeiros encontros sobre as dificuldades do autocuidado. As transcrições dos encontros foram analisadas segundo técnica de análise de conteúdo. Resultados: As principais dificuldades no cuidado relatadas pelos diabéticos foram: a alimentação restritiva, a relação com os profissionais de saúde, a insulinoterapia e as questões socioeconômicas. As estratégias utilizadas foram roda de conversa e degustação de alimentos. As oficinas proporcionaram abertura à experimentação de sabores, como os edulcorantes, e aos diversos saberes, de modo que surgiram, no próprio grupo, formas de manejo para as dificuldades a partir do repertório dos participantes, do saber popular e do compartilhamento de estratégias de cuidado relacionadas ao território. Conclusões: A utilização de oficinas para o cuidado de indivíduos diabéticos pode tornar o processo educativo mais horizontalizado, usando da troca de saberes e do manejo do cuidado a partir dos contextos do grupo e dos problemas enfrentados no cotidiano do indivíduo, da família, da comunidade e do território. Acredita-se que a intervenção que utiliza o compartilhamento de saberes torna-se potencializadora do autocuidado.