ResumoConsiderando-se a importância de instituir um planejamento mais adequado e desenvolvimento eficaz das ações na Saúde Bucal de Várzea da Palma--MG, este estudo objetivou analisar a condição bucal de 380 escolares (5-6 anos de idade) e subsidiar ações em prol da qualidade dos serviços. Observou--se que 47,5% dos escolares não apresentavam doença cárie. Ao considerar-se somente o primeiro molar permanente (70,0% erupcionados), a presença de cárie foi menor (27,6%). Os resultados sugerem que atividades de promoção da saúde geraram mudanças positivas, no entanto, as metas da OMS-2010 não foram atingidas. Com finalidade de aumentar a resolubilidade destas ações, procurar-se-á promover educação em saúde, por meio de métodos mais descontraídos e includentes, como a orientação direta associada a recursos audiovisuais.Palavras-chave: saúde bucal; estratégia saúde da família; educação em saúde.
AbstRAct
Oral health in the family health strategy: how to proceed?Introdução T ranscorridas quase duas décadas do processo de institucionalização do Sistema Único de Saúde (SUS), o mesmo apresenta ainda grandes limitações e dificuldades. Nesse sentido, novas formas de organização e modelos alternativos surgiram. Os processos de descentralização e municipalização das ações são fortes exemplos de mudanças (1).O processo de descentralização ampliou o contato do SUS com a realidade social, política e administrativa do país. Tornou-se mais complexo, colocando o município frente a desafios que buscam superar a fragmentação das políti-cas e programas de saúde por meio da organização de uma rede regionalizada e hierarquizada de ações e serviços e da qualificação da gestão (2). Inserida neste processo histórico e com a edição da Norma Operacional Básica do SUS, nº 01 de 1996 (NOB-96), a Atenção Básica foi gradualmente fortalecendo e constituindo-se como porta de entrada no SUS.A Estratégia de Saúde da Família (ESF) surgiu, portanto, como uma proposta de reorganização efetiva deste modelo assistencial, uma vez que elege como ponto central o estabelecimento de vínculos e corresponsabilidade entre profissionais e população (3). O trabalho é desenvolvido de forma inter e multidisciplinar, sendo que cada Equipe de Saúde da Família (ESF) assume responsabilidade integral sobre sua população. A família passa a ser foco da atenção, entendida a partir do seu ambiente de vivência (4). Assim, são realizadas atividades direcionadas a diferentes realidades, a partir do diagnóstico situacional (1).No Brasil, o modelo teve início em 1994, em Minas Gerais, com a inclusão da Equipe de Saúde Bucal (ESB) na Estratégia de Saúde da Família em 2004, quando o Ministério da Saúde publicou as Diretrizes da Política da Saúde Bucal, que tratam da reorganização da atenção em todos os níveis, estabelecendo uma concepção de saúde centrada no cuidado, em ações programáticas e intersetoriais (5).Uma vez que esta estratégia vem mostrando resultados promissores e busca-se a ampliação e consequente integralidade nas ações de saúde (6, 7), os levantamentos epidemiológic...