ResumoPartindo-se de demandas de formação em saúde situadas no processo de trabalho das equipes multiprofissionais envolvidas na implementação da Rede Cegonha na Região Metropolitana II do Rio de Janeiro, realizou-se ação de extensão com objetivo de colaborar para melhoria do cuidado integral. Apresentase descrição crítica e ref lexões sobre a ação, sublinhando sua processualidade e apontando dif iculdades, limites e potencialidades. A abordagem de gênero como tema transversal no processo ensino-aprendizagem, a produção compartilhada de saberes e o trabalho em rede na saúde foram privilegiados na concepção político-pedagógica. Por meio de metodologias participativas, foram realizados cinco encontros teóricos e vivenciais sobre gênero e sexualidade; violências; alimentação e nutrição; cuidados na gestação, no parto e na criança até 2 anos. Em graus variados, foram observados e problematizados atravessamentos de gênero nas vidas pessoais e profissionais das participantes, em sua maioria mulheres, como restrições para estudarem e escolherem suas carreiras, chegando aos dias atuais em que as mesmas são chefes de família e vivenciam desigualdades na divisão sexual do trabalho. Nas rotinas praticadas junto às gestantes, puérperas, parceiros e crianças, percebeu-se a permanência de práticas potencialmente discriminatórias; inexperiência/embaraço para lidar com novos arranjos conjugais; mitos na alimentação; obstáculos para a presença e participação dos pais. A autonomia e o direito da mulher a escolhas e informações -desde a sua admissão, em que estar em jejum é regra, até a cesariana induzida -foram recorrentemente negligenciados. Conclui-se pela pertinência de inclusão, de modo