1 A forma @ será utilizada para as possíveis flexões de gênero, como tem sido difundida por parte de pesquisador@s no campo de estudos dos gêneros. 2 Seguindo os posicionamentos defendidos pela Rede Brasileira de Teatro de Rua, da qual participa a Cia. Teatro de Garagem e o Movimento de Artistas de Rua de Londrina (da qual ambos coletivos participam), consideramos neste trabalho a noção de "rua" como qualquer espaço público onde se faz o "teatro de rua" na sua forma pública, sejam vias públicas, praças, ou qualquer lugar onde é possível a troca entre as pessoas ocasionada pela atividade cultural. A ideia de "arte pública" é definida por Amir Haddad (2011) como uma arte que se faz para todos e não necessita de cobrança.
XI SEMINÁRIO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS HUMANAS -SEPECHHumanidades, Estado e desafios didático--científicos Londrina, 27 a 29 de julho de 2016 _________________________________________________________ 800 transversais, dada sua ocupação por diferentes personagens reais do cotidiano: artistas de rua, travestis e transexuais, manifestações políticas... Recorrer a esta experiência faz parte do exercício proposto neste texto. Na tarefa de problematizar relações entre travestis e transexuais, experiências teatrais de rua, transcontemporaneidade e perspectivas queer, a aposta que se faz é traze-los todos à cena! Misturar elementos do debate teórico realizado nestes contextos, com elementos de experiências práticas sobre temas de pesquisa no mestrado em Psicologia, em desenvolvimento.Essa proposta de discussão não é nada inocente, pelo contrário. Caminha ao lado de posicionamentos éticos, estéticos e políticos de contestação nas produções científicas de reprodução de modelos de sujeitos e subjetividades que negam expressões dissidentes dos tradicionais quadros explicativos sobre a experiência humana, ou as delimitam pelos estatutos de patologias. Especificamente sobre o tema das travestilidades e transexualidades, estes posicionamentos se levantam contra práticas científicas que corroboram com processos de estigmatização e discriminação, por não considerarem o múltiplo e a diferença constituintes dos processos de subjetivação. Nesse caso, as experiências que transbordam das formas padrão, trazem potentes elementos para a reconfiguração dos próprios códigos de produção de conhecimentos.
PERSPECTIVAS TRANSCONTEMPORÂNEASA emergência de novas expressões e figurações de existência do ponto de vista da polifonia e multiplicidade constituintes dos processos de subjetivação, segundo Rosi Braidotti (2006), se configura como um imperativo para teóricos e teóricas reconceberem sua própria situação e suas práticas dentro desse esquema complexo atuante na contemporaneidade. A crise de paradigmas e de valores representa uma abertura para novas possibilidades de produção de conhecimentos/práticas, na medida em que exigem criatividade teórica e política. Novos projetos epistemológicos são atravessados por preocupações éticas sobre as marginalidades geradas e mantidas por modelos de dominação presentes no campo das ciências...