ResumoA germinação in vitro tem demonstrado ser uma alternativa relevante para suporte ao programa de melhoramento genético e produção de mudas vigorosas e sadias. Assim sendo, o trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento da germinação e formação de plântula a partir de sementes originadas de cruzamentos controlados de pimenteira-do-reino. A germinação in vitro é uma forma viável de suporte a programas de melhoramento genético no processo de geração e seleção de novos genótipos de pimenteira-do-reino. O trabalho foi conduzido a partir de sementes originadas de frutos maduros de quatro cruzamentos controlados intraespecíficos de pimeneira-do-reino (Bragantina x Iaçará, Clonada x Iaçará, Panakotta x Iaçará (1) e Panakotta x Iaçará (3)), que foram submetidas à assepsia e inoculadas em meio de cultivo MS (Murashige &Skoog, 1962) e vitaminas de Write, sacarose a 3%, NaH2PO4 0,17 mg L -1 , Carvão ativado a 0,2% e phytagel a 0,2 %, suplementado com 0,5 mg L -1 BAP (6benzilaminopurina) e 0,5 mg L -1 ANA (ácido a-naftalenoacético). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4 tratamentos, 4 genótipos de pimenteira-do-reino e 1 meio de cultura, sendo mantidas em sala de crescimento sob condições controladas de temperatura (25 ± 3º C), fotoperíodo de 16 h, e luminosidade de 3.000 lux. As avaliações foram quanto ao número de dias que cada genótipo levou para emitir cada estrutura do processo de germinação, considerando as variáveis intumescimento, emissão de radícula, hipocótilo, raiz, folhas cotiledonares, epicótilo e plântula após DAS (Dias Após o Semeio), e avaliação quanto ao índice de sobrevivência das plântulas em cada genótipo. O genótipo Bragantina x Iaçará apresentou 88,3% de sobrevivência aos 145 DAS (dias após o semeio), maior índice entre os demais. Panakotta x Iaçará 1 inicia o processo de germinação com 15 DAS menos tempo em relação aos demais. Emissão de radícula pôde ser observada entre 27 e 45 DAS, o hipocótilo entre 41 e 50 DAS, emissão das raízes de 55 a 60 DAS, as folhas cotiledonares de 67 a 69 DAS, o epicótilo entre 75 a 98 DAS e desenvolvimento das plântulas entre 108 e 151 DAS. Há elevada taxa de sobrevivência para sementes provenientes do cruzamento BRAGANTINA X IAÇARÁ em condições de cultivo in vitro enquanto sementes provenientes do cruzamento CLONADA X IAÇARÁ não apresentam bons índices de sobrevivência, porém são mais precoces na formação de plântulas.