Fatores de risco associados à presença de anticorpos antileptospira em trabalhadores do serviço de saneamento ambiental

Abstract

Realizou-se um estudo soroepidemiológico com trabalhadores do Saneamento Ambiental de Pelotas-RS para estimar a freqüência e investigar fatores de risco associados à infecção por leptospira. A partir do resultado sorológico, selecionaram-se 2 grupos de trabalhadores, divididos em um grupo de 34 indivíduos com sorologia positiva, casos; e um grupo de 115 com sorologia negativa, controles. Através de um questionário padronizado, coletaram-se informações sobre variáveis demográficas, ocupacionais, comportamentais e ambientais nos locais de trabalho e de moradia dos indivíduos. A freqüência de aglutininas anti-leptospira foi igual a 10,36% (n=386). Os fatores de risco detectados foram: local geográfico de trabalho; presença de esgotos a céu aberto, criação de suínos e presença de 3-4 animais no local de moradia e, como fator de proteção, a presença de sanitário interno à moradia. Essas informações são úteis para prevenir a leptospirose nessa categoria de trabalhadores.

Inquérito sorológico para leptospirose em condutores de carroças e equídeos de tração em Belém, Pará

“…A análise comparativa da distribuição espacial de seres humanos reagentes à leptospirose nos distritos da cidade de Belém revelou que, em todas as localidades trabalhadas, houve indivíduos reagentes, sugerindo a ampla disseminação da bactéria. Esta situação reforça as conclusões de Almeida et al (1999), que analisaram os fatores de risco associados à reatividade sorológica à leptospirose em trabalhadores do serviço ambiental da cidade de Pelotas-RS e constataram que os indivíduos que exerciam atividades ocupacionais por toda a cidade apresentavam um risco três vezes maior para leptospirose do que os que atuavam em um único bairro.…”

“…Com relação ao tempo em que os condutores exerciam a atividade, houve uma maior proporção de carroceiros reatores para leptospiras naqueles indivíduos que estavam na atividade havia, no máximo, cinco anos; no entanto, esta diferença foi destituída de significado estatístico (x 2 = 8,3110 e p = 0,0805). De acordo com a literatura, pode-se relacionar essa soropositividade com a exposição ocupacional em situações que facilitem o contato com as prováveis fontes de infecção (Almeida et al, 1994(Almeida et al, , 1999.…”

Distribuição temporal da leptospirose nas macrorregiões brasileiras e sua relação com a pluviosidade

“…Os seus fatores de riscos para infecção pelo leptospira relacionam-se com a organização espacial dos ecossistemas e condições de vida e trabalho da população, crescimento desordenado da população e urbanização crescente (6). Atualmente, é considerada uma doença infecciosa reemergente com registros de surtos em diversos locais do mundo, como Nicarágua, Brasil, Sudeste Asiático, Índia, Indonésia e Tailândia, associada, principalmente a atividades ocupacionais (7,8). No Chile, a maioria dos casos está relacionada às atividades ocupacionais exercidas na água (9).…”

Detecção de anticorpos contra Leptospira spp. em jacarés-tinga caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) de vida livre da região do médio rio Araguaia

“…A leptospirose é considerada tradicionalmente uma doença ocupacional com maior ocorrência em criadores de animais. Devido ao frequente contato com animais portadores e seus produtos e, ainda, ao próprio ambiente de trabalho, alguns grupos profissionais correm grande risco de contrair a infecção (ALMEIDA et al, 1999;CARNEIRO et al, 2004). Assim, algumas profissões são consideradas de alto risco: trabalhadores de esgoto, trabalhadores rurais, fazendeiros, veterinários, magarefes, garis, trabalhadores de aviários, vaqueiros, estudantes de escolas agrotécnicas e trabalhadores de limpeza pública formam um importante grupo de risco ocupacional (SANTA ROSA et al, 1980;CARNEIRO et al, 2004).…”