“Paciente-problema”: imaginário coletivo de enfermeiros acerca do usuário com diagnóstico de esquizofrenia

Abstract

Resumo O estudo teve por objetivo compreender crenças e emoções acerca do usuário com diagnóstico de esquizofrenia vigentes no imaginário coletivo de enfermeiros inseridos na Atenção Primária à Saúde. Trata-se de estudo de abordagem qualitativa pautado pelo método investigativo psicanalítico. Os participantes foram 15 enfermeiros que atuavam no referido nível de atenção em saúde de uma cidade de médio porte. A coleta de dados foi realizada com o emprego do Procedimento de Desenho-Estória com Tema (PDE-T) e a análise de dados buscou captar campos de sentido mediante a execução dos movimentos técnicos preconizados para a operacionalização do método investigativo psicanalítico. Verificou-se que, de modo não-consciente, o usuário com diagnóstico de esquizofrenia é representado negativamente no imaginário coletivo dos participantes, pois é visto como alguém inconveniente, que cria alvoroço e desperta medo, sobretudo devido à sua “agitação” supostamente típica. Assim, deparar-se com tal usuário corresponde, para os participantes, a uma situação a ser “resolvida” com rapidez. Este estudo, portanto, demarca dificuldades no tocante à atenção em saúde mental oferecida ao usuário com diagnóstico de esquizofrenia, as quais estão relacionadas a elementos não-conscientes da subjetividade grupal que, ao mesmo tempo, possuem caráter social e individual.

Suffering among adolescent girls in 13 reasons why: A psychoanalytic study

“…Finally, we clarify that the concept of imaginary as conduct and field was initially proposed to delimit a set of human acts and provide precision to studies that adopt the believe and fantasize, such as fans of soccer teams, consumers, age or generational groups, the residents of the same place, among others. According to Rosa et al (2021), the concept of collective imaginary is an important and promising Brazilian addition to the contemporary psychology vocabulary, considering the prolific production of knowledge that was conducted from the 2000s onwards. Furthermore, Rosa et al (2021) suggest that new studies addressing collective imaginary may enable the identification of processes that motivate prejudice and stereotypes creation in Brazil, as well as the emergence of valuable discoveries related to a vast psychosocial theme regarding which we have not yet achieved a deeper understanding.…”

“…According to Rosa et al (2021), the concept of collective imaginary is an important and promising Brazilian addition to the contemporary psychology vocabulary, considering the prolific production of knowledge that was conducted from the 2000s onwards. Furthermore, Rosa et al (2021) suggest that new studies addressing collective imaginary may enable the identification of processes that motivate prejudice and stereotypes creation in Brazil, as well as the emergence of valuable discoveries related to a vast psychosocial theme regarding which we have not yet achieved a deeper understanding.…”

Assistência de Enfermagem ao paciente portador de esquizofrenia

“…Sobre a estrutura da atenção psicossocial, a construção de um novo lugar social para os portadores de transtornos mentais e a transformação das práticas institucionalizantes às quais os mesmos, em sua maioria, eram submetidos sob a égide do modelo hospitalocêntrico, hegemônico no país até o início dos anos 2000. (Rosa et al, 2021) Em consonância com Santos (2018) e Ferraz et al (2019), a atuação do enfermeiro na rede de atenção psicossocial é ampla, podendo ser exercida em: atenção básica em saúde, atenção psicossocial especializada, urgência e emergência, atenção residencial de caráter transitório, atenção hospitalar e estratégias de desinstitucionalização, além da reabilitação psicossocial.…”

“…Embora os profissionais de saúde e pesquisadores consideram essencial, a atenção à saúde mental em centros de atenção primária à saúde enfrenta uma série de desafios, incluindo medo e incompetência reportado aos profissionais que estabelecem contato direto com muitas pessoas (tradicionalmente chamadas de "loucas") ligadas à fragilização na formação e capacitação profissional. (Rosa et al, 2021) Considerando que a esquizofrenia não é sinônimo de violência, os problemas enfrentados pelos pacientes com esquizofrenia em suas vidas diárias e entender como os enfermeiros irão trabalhar com estes pacientes e suas famílias é fundamental. Estes devem mostrar à sociedade que desde que o paciente portador do transtorno seja bem tratado e cuidado, ele pode viver em um ambiente social de forma satisfatória, promovendo uma integração social e da família.…”