“…Os cabo-verdianos se configuram como uma sociedade crioula singular, que resultou do encontro direto e prolongado entre a cultura portuguesa e as várias culturas africanas, o que acabou gerando um processo de aculturação mútua: uma europeização dos africanos, bem como uma africanização dos europeus (SEIBERT, 2014). Mourão (2009) aponta que Cabo Verde acabou sendo visto como extensão de Portugal, isso em decorrência da [...] forma de ocupação e as estratégias usadas pelos portugueses e pelas elites cabo-verdianas aliadas aos portugueses, no projeto colonial distanciaram os cabo-verdianos de suas raízes africanas e os aproximaram mais da cultura europeia, possibilitando questionar se são africanos, atlânticos, europeus ou uma mistura de todos esses atributos. Em suas definições sobre a cabo-verdianidade, muitos elementos identitários são acionados e se relacionam, como raça, língua, religião e nacionalidade (MOURÃO, 2009, p. 90).…”