1999
DOI: 10.1590/s0103-65641999000200005
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Lógica da ironia

Abstract: Longe de confinar-se no inefável, a psicanálise, depois de Lacan e graças a ele, não hesita em se explicar sobre a lógica de seu discurso: ela demonstra que, mesmo se distinguindo da ciência, se esforça para alcançar um rigor digno desta última. Isso deriva do fato de que ela traz a marca do sujeito que a enuncia. A ironia é um dos índices do encontro do sujeito com o ponto pelo qual se demonstra que não existe saber que reduza o sujeito a um de seus enunciados.

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“…No entanto, ao contrário do chiste, que conta com o Outro para ser legitimado, a ironia é uma maneira de denunciar a falta de fundamento ou a inconsistência do discurso do Outro, de onde, alguém se autoriza para impor algum sentido a uma outra pessoa (Teixeira, 2010). "A ironia não é do Outro, ela é do sujeito e vai contra o Outro" (Miller, 1996, p.191) Ela é, assim, como um hiato entre a palavra e a coisa (Sauret, 1999), uma denúncia de nossa imperfeição linguageira, levando-nos para o furo da própria linguagem. Pressupor que o sim e o não sejam equivalentes, que convivam lado a lado, ora pendendo pra um, ora pra outro -de forma a lançar o sujeito para além das oposições e das definições, até mesmo, do que é verdadeiro e o falso -pode levar a uma completa desrealização (Miller, 1996, p. 190).…”
Section: Posfáciounclassified
“…No entanto, ao contrário do chiste, que conta com o Outro para ser legitimado, a ironia é uma maneira de denunciar a falta de fundamento ou a inconsistência do discurso do Outro, de onde, alguém se autoriza para impor algum sentido a uma outra pessoa (Teixeira, 2010). "A ironia não é do Outro, ela é do sujeito e vai contra o Outro" (Miller, 1996, p.191) Ela é, assim, como um hiato entre a palavra e a coisa (Sauret, 1999), uma denúncia de nossa imperfeição linguageira, levando-nos para o furo da própria linguagem. Pressupor que o sim e o não sejam equivalentes, que convivam lado a lado, ora pendendo pra um, ora pra outro -de forma a lançar o sujeito para além das oposições e das definições, até mesmo, do que é verdadeiro e o falso -pode levar a uma completa desrealização (Miller, 1996, p. 190).…”
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