Organização do trabalho na cadeia de suprimentos: os casos de uma planta modular e de uma tradicional na indústria automobilística

Abstract

Este artigo analisa a influência das empresas clientes na organização do trabalho de seus fornecedores em duas cadeias de suprimentos da indústria automobilística, uma comandada por uma planta modular e outra organizada num arranjo tradicional. Na cadeia tradicional, são examinadas as formas de organização do trabalho de uma fábrica de motores e de dez de seus fornecedores diretos. No caso da planta modular, produtora de caminhões e ônibus, examina-se a organização do trabalho no sistema modular como um todo, explorando-se as peculiaridades deste tipo de arranjo. Os resultados da pesquisa apontam que, na planta modular, a influência da montadora sobre a organização do trabalho configura-se de forma mais direta com relação a salários e jornada de trabalho. Na cadeia tradicional, a influência ocorre de forma indireta, por meio de exigências voltadas para outras áreas de gestão.

Aplicação da modularidade na indústria automobilística: análise a partir de um levantamento tipo survey

“…Além disso, verificou-se que a maioria das aplicações ocorreu na década de 90 (15 empresas das 23 que responderam a questão, sendo que 12 delas introduziram a modularidade na segunda metade da década). É nesse período que Salerno et al (2009) destacam o surgimento da modularidade na indústria automotiva brasileira e também foi nessa época que ocorreu uma nova fase de investimento no setor (RACHID et al, 2006), corroborando os dados da literatura.…”

“…Essas transformações foram acentuadas com a abertura do mercado e entrada no país de novas montadoras, novas fábricas em adição às marcas já presentes no país (SALERNO, 2001;RACHID et al, 2006). Tais investimentos tiveram como característica a adoção da modularidade, tanto no projeto quanto na fabricação (MARX; ZILBOVICIUS; SALERNO, 1997;SALERNO et al, 1998SALERNO et al, , 2009SALERNO, 2001;SCAVARDA et al, 2005;DIAS;.…”

Power and culture in supply chains: contributions of the strategic action fields approach

“…In line with studies on power in SCM, SAF approach suggests most of the time power is exercised in indirect and implicit fashion, with situations of coercion and explicit demonstrations of power being relatively rare and usually seen as harmful (French & Raven, 1959;Cox, 2001;Benton & Maloni, 2005;Ireland & Webb, 2007;Zhao et al, 2008). In the case of automobile chains studied by Rachid et al (2006), for example, this is reflected in the pervasive influence of the most powerful firms in the internal management practices of the others. As authors notice, their practices are seen as a reference by smaller companies, inspiring them, what may be seen as a sophisticated influence.…”

Implantação da produção enxuta e de métodos da qualidade na fábrica: estudos de caso na indústria de eletrodomésticos

“…Many companies have pursued to increase their level of education, either by offering formal education courses to their employees or by requiring it upon recruitment, as observed in the automobile industry by Rachid et al (2006). Also in the general appliances industry, the education level is experiencing a gradual improvement, as shown by Table 3.…”