“…A repressão e a falta de reconhecimento dos movimentos políticos (a ocupação dos aprendizes e a greve dos educadores) confirmam que a perspectiva do Programa aponta para uma cidadania de direitos estabelecidos, que admite reivindicações avaliadas como justas e, ao mesmo tempo, pune e não reconhece como legítimas aquelas que não se enquadram em seu horizonte de socialização nos valores dominantes (GEORGES; RIZEK & CEBALLOS, 2014, p. 458). Tal constatação é o que permite caracterizar a situação como exemplar da orientação da cidadania de direitos estabelecidos, em que não há conquista possível de novos direitos, e da despolitização das políticas públicas (LAUTIER, 2014). O "Fábricas de Cultura", por atuar na dimensão subjetiva e na chave da moralização de seus usuários, afasta a politização da questão social, e quando a politização aparece enquanto reivindicação do público-alvo (a ocupação), a resposta é a punição (LAUTIER, 2014).…”