“…Apenas na metade de 2005, também depois de muitas tentativas, conseguimos permissão de outro comandante para a pesquisa, no caso um terceiro que havia sucedido o que contatamos primeiramente. Dessa forma, este estudo foi realizado de 2005 a 2007. Julgamos importante assinalar essa situação que, segundo clássicos da pesquisa empírica (Lévi-Strauss, 1975;Berreman, 1975;Becker, 1994;Bourdieu, 1972, entre outros), faz parte do contexto e dos resultados da investigação, para reafirmar aqui algumas características da corporação policial não só brasileira, mas de todo o mundo: conservadorismo, fechamento para a sociedade, pessimismo e isolamento das outras instâncias democráticas, tudo isso contrabalançado por um forte espírito de corpo. Bretas (1997a: 82) comenta em um texto sobre o que chama de "crise" ou "falência da polícia": este conjunto de elementos [citados anteriormente] produz uma visão preferencialmente negativa do mundo exterior -reflexo do tipo de evento apresentado [à polícia] diariamente -incluindo aí o sistema legal como um todo -que lhe deixa escapar delinqüentes que ela poderia pegar com facilidade se não tivesse que respeitar os limites legais.…”