“…A organização dos desconectados, a que se refere Brecht, pode ser compreendida mais superficial e especificamente como a organização de sujeitos alijados do acesso ao dispositivo técnico-comunicacional, o rádio ou a internet, ou de forma mais profunda e abrangente, pode significar a aliança política das classes populares, desconectadas, exploradas e expropriadas, o que exige o engajamento com determinada ideologia, com a ética de um projeto de poder popular. Como bem observou Celso Frederico (2007), Brecht não tinha ilusões com relação à capacidade de neutralização e cooptação do sistema, tendo observado como marxista, muito antes que Adorno, o primado da produção sobre o consumo dos bens simbólicos ao afirmar que "é a engrenagem que elabora o produto para consumo". (p. 217) Além disso, observou a força revolucionária na reunião dos conhecimentos teóricos do teatro épico e do potencial tecnológico da nascente radiodifusão.…”