2004
DOI: 10.1590/s0103-40142004000100024
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Comprando e vendendo Alcorões no Rio de Janeiro do século XIX

Abstract: Quase certamente, a livraria tinha Gobineau como um bom freguês. E um freguês especial. Representante diplomático da França, era também um ficcionista muito conhecido e o autor de uma obra polêmica, o famoso Essai sur l'inégalité des races humaines. Na loja de Fauchon e Dupont, ele provavelmente obtinha a maioria dos últimos lançamentos franceses. Devia passar por lá todas as semanas, de modo que os dois livreiros pronto perderam o receio de falar-lhe sobre a venda de livros (em especial de livros proibidos) a… Show more

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“…A partir deste momento, o Estado passou a ver a religião islâmica como algo a ser controlado e temido, e deu-se início a uma diáspora dos muçulmanos para outras regiões do país como o interior de Alagoas e as capitais de Pernambuco e Rio de Janeiro. Diversos estudos acadêmicos (Silva 2004;Rodrigues 2004;Duarte apud Soares e Mello 2006), assim como a literatura nativa (Farah 2007), descrevem aspectos da religiosidade dos muçulmanos nesse período, mostrando que, a despeito das perseguições do Estado, o Islã permaneceu parte integrante do campo religioso brasileiro.…”
Section: Períodos Colonial E Imperialunclassified
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“…A partir deste momento, o Estado passou a ver a religião islâmica como algo a ser controlado e temido, e deu-se início a uma diáspora dos muçulmanos para outras regiões do país como o interior de Alagoas e as capitais de Pernambuco e Rio de Janeiro. Diversos estudos acadêmicos (Silva 2004;Rodrigues 2004;Duarte apud Soares e Mello 2006), assim como a literatura nativa (Farah 2007), descrevem aspectos da religiosidade dos muçulmanos nesse período, mostrando que, a despeito das perseguições do Estado, o Islã permaneceu parte integrante do campo religioso brasileiro.…”
Section: Períodos Colonial E Imperialunclassified
“…A comunidade do Rio de Janeiro seria a segunda maior, contando com cinco mil pessoas. Formada por escravos e ex-escravos, essa comunidade chegou a fazer do Alcorão um best-seller em uma livraria da cidade, como relata Silva (2004). Não possuíam uma mesquita, não só pelos parcos recursos financeiros, mas também porque naquele momento somente a religião católica tinha permissão do Estado para realizar cerimônias religiosas em prédios com aparência externa de templos.…”
Section: Períodos Colonial E Imperialunclassified
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“…A partir deste momento, o Estado passou a ver a religião islâmica como algo a ser controlado e temido, e deuse início a uma diáspora dos muçulmanos para outras regiões do país, como o interior de Alagoas e as capitais de Pernambuco e Rio de Janeiro. Apesar dessa perseguição, diversos estudos acadêmicos, assim como a literatura nativa, descrevem aspectos da religiosidade dos muçulmanos nesse período, mostrando que o Islã permaneceu parte integrante do campo religioso brasileiro (Rodrigues 2004;Farah 2007;Silva 2004;Duarte apud Soares & Mello 2006). No fim do século XIX, começou um declínio das comunidades muçulmanas africanas que levou ao seu desaparecimento em meados do século XX.…”
Section: Presença Muçulmana No Brasilunclassified