O conceito de desencantamento do mundo, de Max Weber, possui dois significados. O primeiro, o núcleo do conceito, é a desmagificação da religião no ocidente; o segundo é a perda de sentido do mundo referente ao esvaziamento de significado deste e da vida. A eliminação da magia, empreendimento realizado pela tradição judaico-cristã, implica a desdivinação do mundo imanente; a eliminação do sentido do mundo, realizada pela ciência moderna, implica a perda da noção de mundo orientado divinamente. Portanto, o desencantamento elimina gradualmente determinados elementos do que pode ser considerado sagrado neste mundo. Dessa forma, considerando a relevância do debate contemporâneo acerca das desconstruções de ideias e comportamentos incompatíveis com vidas e sociedades ambientalmente sustentáveis, este artigo visa contribuir com esta discussão ao analisar a relação ser humano-natureza neste fenômeno sócio-histórico que marca o desenvolvimento cultural do ocidente, o desencantamento do mundo, porém, focando no núcleo duro do conceito, o desencantamento religioso. O método de investigação é bibliográfico. O marco teórico conceitual utilizado para fundamentar a pesquisa é a sociologia da religião e a ecofilosofia.