“…De acordo com o autor, ao contrário de alguns países europeus onde o Estado tinha ingerência regulatória sobre a veiculação televisiva, a grande inovação da TV Globo se deveu a sua íntima conexão com o mundo publicitário, aplicando o sistema de venda de tempo de comercial por audiência, no qual se "explicitava a lógica econômica da televisão, mostrando que a audiência constitui a sua 'forma mercadoria'"(RAMOS, 2004, p. 43).142 José Mario Ortiz Ramos apresenta uma série de posicionamentos dos cineastas da geração dos anos 50 e 60 sobre seu controverso relacionamento com a TV(RAMOS, 2004).143 A estrutura de sentimento da brasilidade (romântico-)revolucionária assinalada por Ridenti demarca precisamente a busca de intelectuais e artistas por uma gênese, por um brasileiro míticoo camponês, o sertanejo, o negroa fim de potencializá-lo como gérmen utópico da revolução brasileira. São apontados como exemplos expressivos dessa estrutura de sentimento: a trilogia clássica do início do Cinema Novo: Vidas secas, de Nelson Pereira dos Santos; Deus e o Diabo na terra do sol, de Glauber Rocha; e Os fuzis, de Ruy Guerra; a dramaturgia do Teatro de Arena de São Paulo; as produções dos Centros Populares de Cultura (CPCs) da União Nacional dos Estudantes, com atuações de figuras destacadas como Ferreira Gullar, e realizações como o filme Cinco vezes favela, dirigido por Leon Hirszman, Joaquim Pedro de Andrade, entre outros(RIDENTI, 2005).PUC-Rio -Certificação Digital Nº 1613400/CA…”