APRESENTAÇÃOJ á há alguns anos, pesquisadores de todo o mundo têm devotado atenção à mobilidade social ascendente de parcelas expressivas das populações dos países em desenvolvimento, ou "emergentes". A mobilidade seria um resultado "natural", mas longa e frustrantemente aguardado, do desenvolvimento capitalista mundial, agora finalmente estendido à periferia do sistema. China, Índia, África do Sul, Turquia, Brasil, Argentina, Chile, México, Colômbia e a maioria dos demais países de renda média estariam passando por mudanças estruturais importantes que, em associação ou não com políticas públi-cas redistributivas, estariam retirando centenas de milhões de pessoas da condição de pobreza. Estaríamos diante de uma "nova classe média" global, que, por várias razões, passou a interessar os organismos internacionais (como o Banco Mundial, as Nações Unidas e suas agências, e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico -http://dx