2014
DOI: 10.1590/s0103-20032014000100001
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"É sempre bom ter o nosso dinheirinho": sobre a autonomia da mulher no extrativismo da mangaba no Pará

Abstract: Resumo: O artigo tem por objetivo analisar o trabalho da mulher no extrativismo da mangaba sob o foco da autonomia. Um estudo de caso foi realizado na localidade de Espírito Santo, município de Maracanã, estado do Pará. Os principais procedimentos metodológicos foram a observação e a realização de entrevistas abertas e semiestruturadas. Três aspectos centrais são analisados: a organização do trabalho da mulher (na casa e no campo), os arranjos para beneficiamento e venda e o usufruto da renda gerada pelo traba… Show more

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“…Nesse âmbito, portanto, é notável os efeitos do padrão sexista que organiza o trabalho intrafamiliar, o qual coloca a mulher em posição de subordinação. Nesse sentido, a realidade das duas comunidades quilombolas corrobora o que foi relatado na literatura: à mulher é atribuído o papel de 'ajuda', mesmo quando ela trabalha mais ou tanto quanto o homem (Fernandes & Mota, 2014) e o labor dispensado às criações, sobretudo, de animais de pequeno porte, são de cunho feminino (Chaves, Castro, & Portugal, 2018). Esse padrão sexista opera segundo relações de gênero que desqualificam o trabalho realizado pelas mulheres, ou seja, o sexo de quem pratica a atividade, por si só, orienta práticas discursivas sobre o que seria considerado um trabalho 'leve', 'pesado', ou mesmo, 'complementar' (Neri & Garcia, 2017;Paulilo, 2016).…”
Section: Discussão Atividades Laborais E Renda Das Mulheres Quilombolasunclassified
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“…Nesse âmbito, portanto, é notável os efeitos do padrão sexista que organiza o trabalho intrafamiliar, o qual coloca a mulher em posição de subordinação. Nesse sentido, a realidade das duas comunidades quilombolas corrobora o que foi relatado na literatura: à mulher é atribuído o papel de 'ajuda', mesmo quando ela trabalha mais ou tanto quanto o homem (Fernandes & Mota, 2014) e o labor dispensado às criações, sobretudo, de animais de pequeno porte, são de cunho feminino (Chaves, Castro, & Portugal, 2018). Esse padrão sexista opera segundo relações de gênero que desqualificam o trabalho realizado pelas mulheres, ou seja, o sexo de quem pratica a atividade, por si só, orienta práticas discursivas sobre o que seria considerado um trabalho 'leve', 'pesado', ou mesmo, 'complementar' (Neri & Garcia, 2017;Paulilo, 2016).…”
Section: Discussão Atividades Laborais E Renda Das Mulheres Quilombolasunclassified
“…Nessa direção, reconhecemos que os contextos rurais têm particularidades no agenciamento de certos modos de vida e trabalho (Maciazeki-Gomes, Nogueira, Vázquez, & Toneli, 2016); remetem à uma outra temporalidade e ritmo de trabalho, instituídos pelo corpo, pelas condições climáticas e formas de relação com o espaço (Diniz, 2017;Fernandes & Mota, 2014). São marcados por estratégias de ação produtiva que respondem a fatores para além do econômico, como as relações culturais, socio afetivas, de solidariedade/reciprocidade, relações não-mercantis inter/intrafamiliares e normas sociais tradicionalmente repassadas (Diniz, 2017;Neri & Garcia, 2017).…”
unclassified
“…A literatura registra, muito embora abaixo da importância que o fato exige, o cotidiano de mulheres da Amazônia, indígenas e não-indígenas, agroextrativistas (Simonian, 2001), pescadoras Scherer, 2017), extrativistas (Fernandes;Mota, 2014) e agricultoras (Nascimento, 2017).…”
Section: A Importância Do Trabalho Femininounclassified
“…Ainda que, para Oliveira et al (2013), mesmo com o protagonismo feminino, as dessemelhanças continuam, visto que o trabalho desempenhado por elas é entendido como auxílio às atividades desempenhadas pelos homens, fazendo-as encarregadas de uma tripla jornada: cuidar das atividades domésticas, dos filhos e também das atividades agropecuárias e em várias realidades, bem como extrativistas. No entanto, nesse contexto extrativista o trabalho feminino pode sobressair-se, em comparativo com a agricultura, podendo viabilizar certa autonomia e autodeterminação nas decisões (FERNANDES;MOTA, 2014).…”
Section: Introductionunclassified