“…Nesse âmbito, portanto, é notável os efeitos do padrão sexista que organiza o trabalho intrafamiliar, o qual coloca a mulher em posição de subordinação. Nesse sentido, a realidade das duas comunidades quilombolas corrobora o que foi relatado na literatura: à mulher é atribuído o papel de 'ajuda', mesmo quando ela trabalha mais ou tanto quanto o homem (Fernandes & Mota, 2014) e o labor dispensado às criações, sobretudo, de animais de pequeno porte, são de cunho feminino (Chaves, Castro, & Portugal, 2018). Esse padrão sexista opera segundo relações de gênero que desqualificam o trabalho realizado pelas mulheres, ou seja, o sexo de quem pratica a atividade, por si só, orienta práticas discursivas sobre o que seria considerado um trabalho 'leve', 'pesado', ou mesmo, 'complementar' (Neri & Garcia, 2017;Paulilo, 2016).…”