Artigo recebido em 3 de outubro de 2015, versão final aceita em 14 de abril de 2016.
RESUMO:O artigo analisa as políticas públicas específicas de crédito rural e seguro agrícola para a agricultura familiar com o objetivo de verificar suas compatibilidades com dois referenciais tecnológicos distintos: produtivista e agroecológico. Em termos metodológicos, um estudo de caso foi realizado na região Extremo Oeste de Santa Catarina, caracterizada pela presença de uma agricultura familiar socioeconomicamente dinâmica, com levantamento de dados junto a 37 unidades agrícolas familiares e 21 operadores locais de políticas públicas. As análises evidenciam uma dualidade na ação pública, que criou políticas voltadas para a agroecologia, mas que na operacionalização das políticas públicas analisadas prioriza o aumento da produtividade das unidades agrícolas familiares com alta dependência de insumos externos, em detrimento de considerar a rentabilidade por área e a valorização dos recursos locais. Concluímos que a ação pública tem limitado a adoção da agroecologia como paradigma tecnológico.Palavras-chave: políticas públicas; agroecologia; crédito rural; seguro agrícola; autonomia.
ABSTRACT:The article analyzes the specific public policies of rural credit and agricultural insurance for family farms, it aims to check their compatibility with two distinct technological paradigms: productivist and agroecological. On methodology, a case study was conducted at the extreme western region of Santa Catarina. The data survey was composed by interviews with 37 family farmers and 21 local operators of public policies. This region is characterized by the presence of a family farm socioeconomic dynamics. The analysis reveals a duality in public action. In one hand, policies to agroecology were created. In other hand, the operation of those public policies analyzed, prioritizes the increasing productivity of family farming units with high dependence on external inputs, while disregards the profitability per area and the enhancement of local resources. We conclude that public action has limited the adoption of agroecology as a technological paradigm.