Análise do armazenamento de milho no Brasil em um mercado de economia aberta

Abstract

Resumo: O estudo desenvolve um modelo dinâmico de expectativas racionais para analisar o mercado de milho no Brasil no final da década de 1990, no qual o governo intervém com uma política de subsídio ao produtor, através do Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e considerando ainda o comércio internacional. O modelo é estimado através de programação dinâmica estocástica. Os resultados mostram que a abertura do mercado transfere para o comércio exterior o papel de amortecedor de choques de oferta e demanda internos que, no caso de mercados fechados, é desempenhado pelos estoques entre anos safra. Os resultados sugerem que, dependendo dos valores relativos entre o preço mínimo e o preço de exportação, a política de subsídio pode levar o país à condição de exportador, às custas de gastos crescentes para o governo.Palavras-chave: Estoques. Política de Preços. Expectativas Racionais.

Mudanças estruturais no mercado brasileiro de milho: Impactos na oferta, avaliação do armazenamento sob condições de incerteza e assimetria de transmissão de preços

“…Levando em conta as mudanças recentes no mercado brasileiro de milho, a regra ótima de armazenamento de milho é definida em dois modelos, um para cada semestre do ano, considerando as características de oferta e demanda do milho de primeira e segunda safra 4 , entre os anos-safra de 2000/01 e 2015/16. O procedimento metodológico adotado para estimação dos modelos segue a formatação proposta inicialmente por Gustafson (1958), seguindo o procedimento e adaptações adotadas por Wright e Williams (1984, 1991, Guimarães e Barros (2006) e Bragagnolo et al (2009).…”

“…Segundo Guimarães e Barros (2006), a otimização intertemporal de armazenamento não deve ser analisada com base no arcabouço teórico de estática comparativa, pois a decisão de estocar no período corrente está associada aos preços no presente e a expectativa de preços em períodos futuros, assim como influencia oferta e preços no futuro. Por isso, é considerado como um problema dinâmico e deve ser analisado com base na Teoria do Controle Ótimo 3 .…”

“…Na literatura econômica disponível, os únicos modelos desta natureza aplicados ao mercado brasileiro são Guimarães e Barros (2006) e Bragagnolo et al (2009). Através de modelos dinâmicos de expectativas racionais, Guimarães e Barros (2006) analisaram o mercado de milho no Brasil com dados de 1986 a 2000, no ambiente de mercado aberto (que existe transações internacionais via importação e exportação), e que o governo intervém no mercado através de políticas de subsídio de preço ao produtor, especificamente políticas adotadas pelo governo na segunda metade da década de 1990. Os autores mostram que a abertura do mercado transfere para o comércio externo o papel de amortecedor de choques de oferta e demanda internos que, no caso de mercados fechados, é desempenhado pelos estoques.…”

“…Condição suficiente para otimização da equação (17), adotando o mesmo procedimento exporto por Guimarães e Barros (2006) e Bragagnolo et al (2009), é que a função objetivo seja estritamente côncava no estoque (St) e na disponibilidade (It), e que ambos sejam conjuntos convexos fechados não nulos, ou seja, a função inversa de demanda para consumo deve ser continua para toda e qualquer disponibilidade (It), bem como estritamente decrescente; a função de oferta de área deve ser crescente e contínua; a função de preço esperado ( +1 ) deve ser decrescente em relação ao estoque (St) e a área plantada (At).…”

“…Apesar da extensa literatura relacionada à armazenagem de grãos e o comportamento de preços agrícolas, trabalhos que analisam o mercado brasileiro ainda são escassos. Os únicos estudos que aplicam a abordagem de expectativa racionas ao problema de armazenamento para o mercado brasileiro foram desenvolvidos por Guimarães e Barros (2006) e Bragagnolo et al (2009). Ressalte-se, ainda, que o mercado de milho no Brasil experimentou mudanças estruturais importantes na última década, tanto nos sistemas de produção com a introdução da segunda safra como numa maior integração ao mercado externo, na condição de exportador.…”