RESUMODiversos aspectos da cirurgia experimental são ignorados pelos pesquisadores. Este artigo enfatiza padrões éticos, detalhes anatômicos e procedimentos anestésicos com o objetivo de auxiliar na escolha adequada de animais utilizados em laboratório para pesquisas em cirurgia e na educação médica.Descritores: Modelos animais. Cirurgia experimental. Ética. Anatomia.
ABSTRACTSeveral aspects of experimental surgery are unknown by the researchers. This article emphasizes ethical standards, anatomical details and anesthetics procedures in order to allow and adequate choice on dealing with laboratory animals in surgical research and medical education.Key words: Animal models. Experimental surgery. Ethics. Anatomy.
Introdução e contexto ético-profissionalA pesquisa cirúrgica em animais utilizados em laboratório tem se expandido nas últimas décadas, mormente em decorrência do melhor suporte anestésico, da sofisticação da infra-estrutura material para monitorização contínua peroperatória e de uma busca incessante por modelos que reproduzam condições mórbidas da espécie humana. Os focos principais destas pesquisas têm sido aprimorar o conhecimento acerca dos mecanismos fisiopatológicos de doenças, empreender ensaios terapêuticos com novos fármacos, estudar marcadores biológicos e avaliar novas técnicas com perspectivas de aplicabilidade na espécie humana. A diversidade de cenários que vinculam as necessidades humanas ao uso de animais fomentou, ao longo da história, reflexões éticas, bioéticas, filosóficas e religiosas direcionadas para pesquisa em animais vertebrados 1,2 . Aristóteles (384-322 a.C.), Galeno (131-201), Francis Bacon (1561-1626), William Harvey (1578-1657), Claude Bernard (1813-1878 representam alguns dos atores que se destacaram neste contexto.Todavia, somente por ocasião da segunda guerra mundial, em face das atrocidades cometidas nos campos de concentração, dentre as quais as cruéis experiências em anima nobile, ocorreu uma conscientização mundial para ações concretas capazes de preservar a vida humana 3 . Assim, o Código de Nurenberg (1947) determinou que a experimentação no homem