CONCLUSÃO. A esplenectomia subtotal pode ser uma alternativa cirúrgica para as lesões graves distais do baço ou quando o seu pedículo principal estiver acometido e não leva a repercussões clínicas e laboratoriais nos pacientes submetidos a esse procedimento.UNITERMOS: Baço/lesões. Esplenenectomia. Baço/fisiologia. Baço/ imunologia.
INTRODUÇÃOO baço, como órgão do sistema mononuclear fagocitário, tem importante papel na defesa orgânica devido a seus mecanismos de filtração e fagocitose, além da produção de fatores do complemento e imunoglobulinas, em especial a IgM 1 . A sua importância pode ser comprovada pela gravidade da sepse que atinge mais de 2% de indivíduos esplenectomizados, com maior destaque em crianças, que possuem o sistema imunitário ainda imaturo, e em pessoas imunodeprimidas.Nos serviços de emergência, observa-se que após o fígado, o baço é um dos órgãos intra-abdominais mais freqüentemente lesados, principalmente em crianças vítimas de traumatismos abdominais contusos. Muitas vezes, a gravidade do quadro leva à realização de esplenectomias totais. Entre as muitas complicações decorrentes desse procedimento, os fenômenos sépticos, como a pneumococcemia fulminante, são os mais indesejáveis 1,2,3,4 . Diante da gravidade da síndrome pós-esplenectomia , a esplenectomia total tem sido cada vez menos adotada para tratar lesões menos graves do baço 5,6,7 .A preservação do pólo superior do baço, após a ligadura de seu pedículo vascular, proposta em 1982, tem sido estudada clíni-ca e experimentalmente em diversos trabalhos e vem sendo realizada com sucesso desde 1984. Bons resultados foram obtidos com esse procedimento em hipertensão porta, doença de Gaucher, mielofibrose com metaplasia mielóide, leucemia linfocítica crônica e afecções corpo-caudais do pâncreas e, mais recentemente, foi por nós descrito no trauma um estudo preliminar com a esplenectomia subtotal [8][9][10][11][12][13][14][15][16][17][18][19][20] .Devido ao fato de o baço ser um dos órgãos intra-abdominais mais lesados nos traumatismos abdominais contusos e diante de sua importância na defesa do organismo, foi proposto realizar o presente estudo cujos objetivos fundamentais foram verificar a possibilidade de realizar esplenectomia subtotal na presença de lesões graves do baço por trauma ou que acometam o seu pedículo vascular principal, avaliar as repercussões clínicas que essa operação pode