Os discursos sobre as subjetividades relacionadas ao gênero são recorrentes na sociedade e na esfera acadêmica. Sendo impossível abarcar o todo, esta pesquisa trabalhou com um recorte de realidade. Neste momento nos debruçamos sobre o universo masculino, com o objetivo geral de compreender como a narrativa, “seja homem”, sendo uma frase tão popularizada em diferentes meios sociais, pode produzir efeitos na subjetividade masculina. Após a análise das coletas de dados sobre um olhar psicanalítico, as falas dos entrevistados fizeram emergir algumas categorias que nortearam a análise dos conteúdos, sendo elas: Inscrição Cultural, Ser Homem, Representação Fálica, Representação do Feminino, Divisão de Tarefas e Sexualidade. O estudo permitiu verificar, que mesmo em 2020, ainda encontramos indícios do machismo estrutural, hoje também reconhecido como algo prejudicial ao próprio homem, que se constituiu pela masculinidade tóxica. Ouvir sobre o peso que a narrativa “seja homem” e os seus desdobramentos, afeta a cada um, nos possibilitou a reflexão sobre essa condição do ser homem em nossa cultura. Conclui-se que mesmo sendo um assunto que vem ganhando espaço e corpo nas discussões em diferentes áreas do conhecimento, percebe-se ainda que muitas vezes surge a partir de uma reivindicação feminina, que busca equidade. Existe vontade de mudança, a busca por um novo padrão de masculinidade emerge a cada conversa e a cada discussão possibilitada na sociedade, visto que muitos homens se sentem convocados a avaliar o que escutam sobre como poderiam ser, e sentem-se impulsionados a mudanças.