2016
DOI: 10.1590/s0102-69922016000100002
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Decolonialidade e perspectiva negra

Abstract: Resumo: o artigo situa a decolonialidade como projeto que teve origem simultânea ao início do sistema-mundo moderno/colonial, sendo que este organiza diferenças e desigualdades entre povos a partir da ideia de raça. O artigo destaca como característica distintiva do projeto decolonial a produção do conhecimento e as narrativas a partir de loci geopolíticos e corpos-políticos de enunciação. Entre esses loci de enunciação chamamos a atenção para o conhecimento produzido a partir de uma perspectiva negra das Amér… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1
1
1

Citation Types

0
6
0
34

Year Published

2018
2018
2023
2023

Publication Types

Select...
6
3
1

Relationship

0
10

Authors

Journals

citations
Cited by 92 publications
(40 citation statements)
references
References 3 publications
0
6
0
34
Order By: Relevance
“…Já a decolonialidade ou projeto decolonial (que realiza críticas a concepções do termo pós-colonismo, mas aqui tento usar as duas reflexões como complementares) "consiste também numa prática de oposição e intervenção, que surgiu no momento em que o primeiro sujeito colonial do sistema mundo moderno/colonial reagiu contra os desígnios imperiais" (BERNARDINO-COSTA;GROSFOGUEL, 2016, p.17). Assim, esse projeto busca questionar os padrões de modernidade, visibilizando os fluxos de conhecimento produzidos pelos sujeitos subalternos, indo além de hegemonias, pautados nos movimentos sociais, nos estudos de sujeitos negros e feministas negras, buscando não uma nova amarra conceitual, mas abrir o campo de possibilidade para as diversas epistemologias que concebem a existência humana, dando visibilidade para os processos de modernidade que caracterizam esses grupos.…”
Section: Princípios Epistemológicosunclassified
“…Já a decolonialidade ou projeto decolonial (que realiza críticas a concepções do termo pós-colonismo, mas aqui tento usar as duas reflexões como complementares) "consiste também numa prática de oposição e intervenção, que surgiu no momento em que o primeiro sujeito colonial do sistema mundo moderno/colonial reagiu contra os desígnios imperiais" (BERNARDINO-COSTA;GROSFOGUEL, 2016, p.17). Assim, esse projeto busca questionar os padrões de modernidade, visibilizando os fluxos de conhecimento produzidos pelos sujeitos subalternos, indo além de hegemonias, pautados nos movimentos sociais, nos estudos de sujeitos negros e feministas negras, buscando não uma nova amarra conceitual, mas abrir o campo de possibilidade para as diversas epistemologias que concebem a existência humana, dando visibilidade para os processos de modernidade que caracterizam esses grupos.…”
Section: Princípios Epistemológicosunclassified
“…que incidem sobre o corpo. 3 "No discurso colonial, o corpo colonizado foi visto como corpo destituído de vontade, subjetividade, pronto para servir e destituído de voz" (BERNARDINO-COSTA;GROSFOGUEL, 2016, p. 19). Nesse sentido, Benedito (2017) se pergunta: como alguém despersonalizado em sua existência como pessoa pode ter direitos?…”
Section: Análise De Discurso Crítica Em Abordagem Decolonialunclassified
“…Nessa direção, é primordial que a experiência dos sujeitos negros e populareslonge de ser a resposta única para a construção de um horizonte democráticopossa ser incluída nas narrativas que participam da construção do conhecimento e das dinâmicas institucionais; inclusive em áreas e campos do conhecimento fora dos já, historicamente, possíveis aos negros; como as licenciaturas e os cursos noturnos, por exemplo (BELTRÃO;TEIXEIRA, 2004). Dessa forma, a proposta dos universitários negros de classe média, aqui levantada, não é abandonar a pesquisa ocidental ou (quase) tudo o que se produziu nos últimos séculos; mas, sobretudo, rever aqueles conceitos, motivos e ideias do cânone que são sustentáculo aos modelos de conhecimento que tentam disfarçar suas ideias discriminatórias por meio de discursos de objetividade e neutralidade científicas (BOURDIEU, 2003;OLIVEIRA, 2014;BERNARDINO-COSTA;GROSFOGUEL, 2016).…”
Section: Considerações Finaisunclassified