RESUMO:O presente artigo pretende provocar uma reflexão introdutória acerca das relações entre as políticas culturais contemporâneas e as exposições temporárias de arte que têm aportado no Brasil, desde meados da década de 1990. Através dos interesses econômicos que estão conectados a esse processo, diante da particularidade do capitalismo financeiro, busca-se apresentar um panorama das relações entre as exposições de arte e a economia globalizada, bem como problematizar a ação do Estado brasileiro nessa dinâmica. No momento, a intenção é mapear os movimentos em torno de algumas exposições, para então apreendermos sua eficácia, seja para a formação de público -sensibilização, fruição, humanização -seja para a acumulação de capital. Palavras-chave: Política Cultural. Mecenato. Exposições de Arte. Capitalismo Financeiro.
Cultural policy, mecenate and mercantilization of culture: Brazil in the international script of art exhibitionsABSTRACT: This article intend to provokes an introductory reflection about the relations between the current cultural policy and the temporary art exhibition, that has arrived in Brazil since the mid-1990s. Bypassing the economic aspects connected to this process, given the particularity financial capitalism, the article tries to present an overview of the globalized economy in dialogue with the art exhibition, as well to problematizes the action of the Brazilian State in this dynamic. At the time, the intention is to map the movements around some exhibitions, so that we can grasp their effectiveness, whether for the formation of public -awareness, fruition, humanization -or for the accumulation of capital. Keywords: Cultural Policy. Patronage. Art Exhibition. Financial Capitalism.O Brasil, assim como grande parte dos países ocidentais, viu, ao longo do século XX, o campo da cultura se fortalecer enquanto demanda democrática e buscou incrementar, do ponto de vista governamental, as possibilidades de produção e consumo aos bens culturais. O que tentamos compreender, nesse caso, é o perfil dessas ações políticas, bem como suas relações com outros espaços da vida social pois, como destaca o pesquisador José Carlos Durand, a "pluralidade de interesses ativos na área cultural" é enorme (DURAND, 2001, p.66). Isto posto, é preciso se despir de uma leitura ingênua de que a cultura, e especialmente as artes -no âmbito da produção e da fruição -seria um espaço de criatividade e liberdade desconectado em relação as outras esferas da vida.Diante dessa perspectiva, o presente artigo pretende provocar algumas reflexões introdutórias acerca das relações entre as políticas culturais contemporâneas e a oferta crescente de exposições de arte tempo-