“…Contudo, especialmente em relação ao universo gráfico de Diamantina, mas não só a ele, há uma questão que estamos começando a explorar que é a corporalidade das figuras. Sabemos que, nas filosofias ameríndias, corpos são fabricados (relacionalmente) e conhecemos a centralidade que os corpos têm na definição dos seres e de seu modo de atuar no mundo (Vilaça, 1992;Souza, 2001;Fausto, 2001;Viveiros de Castro, 2002a Destacamos a esse respeito que, nos sítios da região de Diamantina, parecia não haver necessidade de, ao se pintar, compor grafismos inteiros, completos, autônomos 10 (Isnardis, 2009a, p. 86;Linke et al, 2020, p. 14). Na maioria dos casos, pintam-se figuras em que todo um 'corpo' de zoomorfo é composto, somando-se a outros zoomorfos que já ocupam as paredes.…”