IntroduçãoHá dois fenômenos no presente cenário de abrangência global que visam propor novos paradigmas de desenvolvimento: a cooperação Sul-Sul e as epistemologias do Sul. A emergência de perspectivas vindas do Sul, tanto no plano político internacional, quanto nos ambientes acadêmico-científicos, trazem como proposta uma nova ordem internacional, mais multipolar, equilibrada e diversificada. Observa-se a convergência de propósitos de ambos os fenômenos que evoluem de forma interdependente e paralela e trazem, no seu bojo, novos referenciais e visões de mundo. Novas alternativas, portanto, emergem desfigurando o status quo da cooperação internacional para o desenvolvimento (CID). Como um círculo virtuoso, a sintonia entre os fenômenos pode materializar-se em novas propostas teóricas e metodológicas, especialmente reformuladas a partir do campo das Relações Internacionais, para servir como instrumentos de análises, no campo acadêmico-científico e habilitar a tomada de decisão no campo prático-político.O presente artigo se propõe contribuir com essa discussão a partir da revisão da literatura sobre as teorias das Relações Internacionais e outras que procuram instrumentalizar as análises sobre a cooperação internacional e, também, sobre o pensamento no Sul global. A partir disso, defendeu-se a ideia de que a cooperação Sul-Sul requer novos instrumentais teórico-metodológicos para que ela se consolide, no tocante a iniciativas, como nova forma de os atores cooperarem para promoverem o desenvolvimento humano global.A Cooperação Sul-Sul (CSS) aparece como nova tendência da cooperação internacional para o desenvolvimento (CID). Contudo, muitos desafios de ordem prática se mostram para a concretização de parcerias horizontais e de inovações que fariam da CSS, de fato, uma modalidade diferente da cooperação