Assim como, a partir do início do século XX, houve na filosofia da arte europeia uma tendência à superação das discussões mais abstratas que tinham como objeto a arte "autônoma", no sentido tradicional do termo, em direção às tentativas de compreensão dos novos fenômenos estéticos oriundos da recém-surgida cultura de massas, pode-se observar -com uma defasagem maior ou menor, conforme o caso -um movimento análogo nas considerações congêneres realizadas no Brasil, desde as primeiras décadas do século passado até hoje. Para abordar, ainda que de modo muito incipiente e incompleto, esse interessante desenvolvimento na história cultural do país, adota-se aqui como estratégia, primeiramente, relembrar alguns pontos de inflexão do processo ocorrido na estética europeia, para depois introduzir alguns elementos imprescindíveis na discussão da indústria cultural no Brasil, tendo como pano de fundo os aportes da estética filosófica tradicional, os quais revelam-se indispensáveis para a manutenção do ponto de vista crítico.