“…O senso comum com freqüência associa as traduções e os tradutores a diferentes formas de traição, como sugerem alguns conhecidos aforismos ("traduttori-tradittori", "les belles infidels"). Em textos anteriores tentei explorar a forma pela qual alguns textos de ficção representam as relações complexas que geralmente se estabelecem entre originais e suas reproduções, bem como entre autores, tradutores, intérpretes e leitores (ARROJO, 1986(ARROJO, , 1993(ARROJO, , 1995(ARROJO, , 2002(ARROJO, , 2003a(ARROJO, , 2003b. O que tem inspirado a escritura desses ensaios é a crença de que as visões sobre textos e suas reproduções, bem como sobre aqueles encarregados de produzi-las, que se encontram implicita ou explicitamente plasmadas em alguns enredos de ficção associados a diferentes tradições literárias (escritos por autores como Borges, Poe, Kafka, Kosztolanyi, Calvino, Saramago), constituem, em última análise, um reflexo fiel das formas pelas quais a cultura tende a lidar com a reprodução de originais e com aqueles que se dedicam a esse tipo de atividade textual.…”