2003
DOI: 10.1590/s0102-44502003000300012
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A relação exemplar entre autor e revisor (e outros trabalhadores textuais semelhantes) e o mito de Babel: alguns comentários sobre História do Cerco de Lisboa, de José Saramago

Abstract: This paper is part of a series of texts I have devoted to the exam of the treatment given to translators (as well as to other textual "workers" such as interpreters, proofreaders, critics and professional readers) in a few works of fiction.

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“…O senso comum com freqüência associa as traduções e os tradutores a diferentes formas de traição, como sugerem alguns conhecidos aforismos ("traduttori-tradittori", "les belles infidels"). Em textos anteriores tentei explorar a forma pela qual alguns textos de ficção representam as relações complexas que geralmente se estabelecem entre originais e suas reproduções, bem como entre autores, tradutores, intérpretes e leitores (ARROJO, 1986(ARROJO, , 1993(ARROJO, , 1995(ARROJO, , 2002(ARROJO, , 2003a(ARROJO, , 2003b. O que tem inspirado a escritura desses ensaios é a crença de que as visões sobre textos e suas reproduções, bem como sobre aqueles encarregados de produzi-las, que se encontram implicita ou explicitamente plasmadas em alguns enredos de ficção associados a diferentes tradições literárias (escritos por autores como Borges, Poe, Kafka, Kosztolanyi, Calvino, Saramago), constituem, em última análise, um reflexo fiel das formas pelas quais a cultura tende a lidar com a reprodução de originais e com aqueles que se dedicam a esse tipo de atividade textual.…”
unclassified
“…O senso comum com freqüência associa as traduções e os tradutores a diferentes formas de traição, como sugerem alguns conhecidos aforismos ("traduttori-tradittori", "les belles infidels"). Em textos anteriores tentei explorar a forma pela qual alguns textos de ficção representam as relações complexas que geralmente se estabelecem entre originais e suas reproduções, bem como entre autores, tradutores, intérpretes e leitores (ARROJO, 1986(ARROJO, , 1993(ARROJO, , 1995(ARROJO, , 2002(ARROJO, , 2003a(ARROJO, , 2003b. O que tem inspirado a escritura desses ensaios é a crença de que as visões sobre textos e suas reproduções, bem como sobre aqueles encarregados de produzi-las, que se encontram implicita ou explicitamente plasmadas em alguns enredos de ficção associados a diferentes tradições literárias (escritos por autores como Borges, Poe, Kafka, Kosztolanyi, Calvino, Saramago), constituem, em última análise, um reflexo fiel das formas pelas quais a cultura tende a lidar com a reprodução de originais e com aqueles que se dedicam a esse tipo de atividade textual.…”
unclassified
“…A partir de uma leitura duplamente inspirada na psicanálise e nos estudos feministas, Arrojo (2003) sugere que o romance acaba por reproduzir o conceito de que o trabalho produtivo, criativo, é considerado privilégio do masculino; às mulheres caberia o trabalho reprodutivo e papéis secundários na divisão do trabalho.…”
Section: Representações Do Profissionalunclassified
“…(Arrojo, 2003, p. 200) ~ 121 ~ A interpretação que a pesquisadora faz é radicalmente diferente da sustentada por Rubem Alves (2009), que vê na obra de Saramago certo compadecimento do escritor para com os revisores. O que Arrojo (2003) defende, em vez disso, é que Saramago, por meio do narrador, reafirma sua convicção no poder absoluto do autor em legislar sobre aquilo que escreve e seu direito inalienável de, por meio da literatura, criar mundos conforme queira. A isso ela associa a relação que o poder divino tem com a masculinidade e desta com o trabalho intelectual, numa civilização que relega a leitura a um plano absolutamente dominado pelo da criação e da autoria:…”
Section: Representações Do Profissionalunclassified