“…Já na pesquisa de Arantes, Sastre & González (2010), com adolescentes sobre as representações subjetivas em relação à violência sofrida por mulheres, identificou-se dois tipos de resoluções de conflitos entre casais, seja mais "pragmática" (ação) ou "intimista" (sentimentos, pensamentos), oscilando entre manter a relação e a sua ruptura; a díade nesse estudo é considerada como um par de dominador-submissa e a imagem do agressor apareceu como uma figura frágil, triste e insegura, reforçando esse papel de complementaridade do casal, no entanto, Arantes et al (2010), questionam que: "se a solidariedade tem, em princípio, um valor adaptativo (a fim de favorecer o outro), ela deixa de tê-lo quando é exercida em benefício do agressor e em detrimento do respeito e das necessidades de quem sofre a violência" (Arantes et al, 2010, p. 118). Ou seja, tais estratégias de enfrentamento mais "intimista" e "interpessoal", mesmo que legítima, parece corroborar para a manutenção de uma relação violenta de gênero entre os adolescentes, onde o papel de vítima reforça a existência do papel de agressor, num ciclo repetitivo.…”