2010
DOI: 10.1590/s0102-37722010000100013
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Violência contra a mulher e representações mentais: um estudo sobre pensamentos morais e sentimentos de adolescentes

Abstract: Nesta pesquisa analisamos processos psicológicos subjacentes às formas de situar-se diante da violência contra a mulher. Participaram 120 adolescentes brasileiros, estudantes de escolas públicas da cidade de São Paulo, de ambos sexos, com 12, 14 e 16 anos. O instrumento consistiu no relato de um conflito com episódios de violência física e verbal vivido por uma adolescente e seu namorado. Identificamos cinco maneiras de posicionar-se diante da violência contra a mulher e uma relação entre as estratégias de res… Show more

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“…Já na pesquisa de Arantes, Sastre & González (2010), com adolescentes sobre as representações subjetivas em relação à violência sofrida por mulheres, identificou-se dois tipos de resoluções de conflitos entre casais, seja mais "pragmática" (ação) ou "intimista" (sentimentos, pensamentos), oscilando entre manter a relação e a sua ruptura; a díade nesse estudo é considerada como um par de dominador-submissa e a imagem do agressor apareceu como uma figura frágil, triste e insegura, reforçando esse papel de complementaridade do casal, no entanto, Arantes et al (2010), questionam que: "se a solidariedade tem, em princípio, um valor adaptativo (a fim de favorecer o outro), ela deixa de tê-lo quando é exercida em benefício do agressor e em detrimento do respeito e das necessidades de quem sofre a violência" (Arantes et al, 2010, p. 118). Ou seja, tais estratégias de enfrentamento mais "intimista" e "interpessoal", mesmo que legítima, parece corroborar para a manutenção de uma relação violenta de gênero entre os adolescentes, onde o papel de vítima reforça a existência do papel de agressor, num ciclo repetitivo.…”
Section: Discussionunclassified
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“…Já na pesquisa de Arantes, Sastre & González (2010), com adolescentes sobre as representações subjetivas em relação à violência sofrida por mulheres, identificou-se dois tipos de resoluções de conflitos entre casais, seja mais "pragmática" (ação) ou "intimista" (sentimentos, pensamentos), oscilando entre manter a relação e a sua ruptura; a díade nesse estudo é considerada como um par de dominador-submissa e a imagem do agressor apareceu como uma figura frágil, triste e insegura, reforçando esse papel de complementaridade do casal, no entanto, Arantes et al (2010), questionam que: "se a solidariedade tem, em princípio, um valor adaptativo (a fim de favorecer o outro), ela deixa de tê-lo quando é exercida em benefício do agressor e em detrimento do respeito e das necessidades de quem sofre a violência" (Arantes et al, 2010, p. 118). Ou seja, tais estratégias de enfrentamento mais "intimista" e "interpessoal", mesmo que legítima, parece corroborar para a manutenção de uma relação violenta de gênero entre os adolescentes, onde o papel de vítima reforça a existência do papel de agressor, num ciclo repetitivo.…”
Section: Discussionunclassified
“…A pesquisa de Narvaz & Koller (2006, citados por Arantes et al, 2010 complementa esse fator de manutenção da violência intrafamiliar e contra a mulher, a partir da submissão da vítima ao seu desejo de viver o modelo hegemônico de família, basicamente patriarcal e de naturalização da violência. Isso se relaciona com a investigação de Traverso-Yépez & Pinheiro (2005) que, sob o nome de "socialização de gênero", problematizam a existência de um "processo de naturalização da violência de gênero" onde se perpetua esse tipo de violência, tendo nas próprias mulheres a reprodução de padrões tradicionais sexistas de socialização; Outra conclusão do estudo de Arantes et al (2010) e que corrobora nossos dados interpretados, refere-se à identificação de que:…”
Section: Discussionunclassified
“…Dentre eles, quatro publicações contaram com a participação de profissionais da saúde e da rede de enfrentamento (Medrado et al, 2011;Pedrosa & Zanello, 2016;Porto & Bucher-Maluschke, 2012, 2014. As demais publicações tratam de pesquisas conduzidas com adolescentes (Arantes et al, 2010;Oliveira et al, 2016) e com estudantes universitários (Costa et al, 2016). Em todos os artigos, buscou-se investigar as percepções dos participantes sobre aspectos pertinentes ao tema da violência contra a mulher.…”
Section: Percepções Acerca Da Violência Contra a Mulherunclassified
“…Diante dessas colocações, entendemos que, no processo de socialização e educação, as diferenças de gênero incutem nos sujeitos alguns valores, crenças e visões de mundo que perpassam papéis, escolhas, possibilidades e limitações, estabelecendo muitas vezes relações de desigualdade entre homens e mulheres (ARANTES; SASTRE; GONZÁLEZ, 2010;STACH-HAERTEL, 2009). Do ponto de vista biológico, as diferenças entre homens e mulheres se manifestam de forma evidente.…”
Section: Juventude E Gênerounclassified