“…A confluência de fatores históricos e contextuais ajudam a compreender o atual estado das práticas didáticas de AEC. Em síntese são elas: 1) a privação material/infraestrutural, mencionada por Freitas et al, (2017) no levantamento sobre as condições para o ensino de AEC na graduação em Psicologia, e que são históricas e remontam às origens da AC no Brasil (Kerbauy, 1970;Cruz, 2019); 2) a emergência de tecnologias capazes de emular virtualmente os experimentos básicos de AEC (Tomanari & Eckmman, 2003); 3) o crescente controle governamental e social em torno dos direitos dos animais; 4) a falta de padronização de modelos de RBTCC 23 (2021) experimentação com comportamento humano, apesar destas terem sido pensadas paras as práticas de AEC desde a década de 1940; 5) a praticidade didática e de controle metodológico oferecido pelo modelo animal, que garantiu um imediaticidade do reforço de "ensinar" a seguir regras no laboratório, deturpando o objetivos didáticos das práticas (Cirino et al, 2010); 6) a falta de um projeto de sistematização dessas práticas envolvendo comportamento humano em função da interrupção do projeto do AEC-2 na UnB com a intervenção militar; 7) que ocasionou uma dispersão da AC sem um consolidação de práticas experimentais com comportamento humano no contexto didático (Todorov & Hanna, 2010;Wang , 2010); 8) e em meio a esse cenário de diversas práticas com comportamento humano e dificuldades de implementá-las nos laboratórios didáticos de AEC, estas ficam sob controle de demandas particulares dos docentes e IES (Gonçalves et al, 2020); 9) servindo de operação motivadora para buscar por "soluções" mais simples, seguindo um padrão do "jeitinho" de lidar com essas contingências (Fernandes, et al, 2015) ainda que escapem ao objetivos didáticos, como é no caso do softwares emuladores (Tomanari & Eckerman, 2003); e o próprio isolamento da comunidade da AC (Cruz, 2019) pode dificultar que a solução para esse problema venha pelo diálogo com outras áreas, como por exemplo a programação de jogos (Neves Filho et al, 2020). Em longo prazo, a dificuldade de estabelecer práticas experimentais alternativas que contemple os objetivos didáticos-pedagógicos pode comprometer a difusão da AC e o alcance desta para lidar com problemas humanos em diferentes esferas socialmente relevantes.…”