Identificação de termos oitocentistas relacionados às plantas medicinais usadas no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, Brasil

Abstract

Em busca da identificação das plantas utilizadas na medicina do século XIX, este trabalho se deteve à análise dos seis códices intitulados "livros de receitas de medicamentos", depositados no Arquivo do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro (Brasil). O levantamento foi concretizado através da leitura sistemática dos mesmos visando à elaboração de uma listagem geral dos termos que faziam alusão às plantas usadas na prática diária da enfermaria e botica (farmácia) do mosteiro do Rio de Janeiro, no período de 1837 a 1840, 1860 e 1880. Assim, criou-se uma categoria de nomes populares presentes nas formulações, qual seja, a "referência direta", que passou a agrupar todos os nomes populares que faziam menção diretamente ao nome de um vegetal. Este grupo passou por um processo de identificação por meio de consulta à bibliografia especializada e de especialistas botânicos. Ao final desta etapa pode-se chegar às pistas taxonômicas referentes aos termos ligados às plantas. São, portanto, 150 referências diretas, das quais 92% (138) puderam ser identificadas botanicamente. Ao todo foram identificadas 152 espécies e variedades, pertencentes a 123 gêneros, englobados em 67 famílias. Estes documentos que versam sobre a prática médica brasileira, mais especificamente no tocante às plantas utilizadas em épocas passadas, constituem-se em fontes primárias de informação sobre o repertório de espécies conhecidas.

Mururé (Brosimum acutifolium Huber) in the treatment of syphilis in colonial Amazonia: historical data to the actual contribution to treatment

“…The studied species -mururé or Brosimum acutifolium Huber (Moraceae) -was identified using taxonomic clues based on " Identificação de termos oitocentistas relacionados às plantas medicinais usadas no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, Brasil" (Identification of 19 th century terms for medicinal plants used in the São Bento Monastery of Rio de Janeiro, Brazil) by Medeiros et al (2010). The following criteria were used to properly confirm scientific nomenclature: (1) text search for the common names "moruré" and "mururé"; (2) detailed examination of morphological descriptions and life form of mururé by Daniel and other authors; and (3) confirmation of botanical identification using scientific articles and specimens listed in the Tropicos virtual herbarium (http://www.tropicos.org/ Name/21300027), the "List of Species of Flora of Brazil" in the "Flora of Brazil 2020 Project" (Flora do Brasil 2020) and the International Plant Names Index (http://www.…”

Use and importance of quina (Cinchona spp.) and ipeca (Carapichea ipecacuanha (Brot.) L. Andersson): Plants for medicinal use from the 16th century to the present

“…was used during this time period (see Medeiros et al, 2010;Medeiros and Albuquerque, 2012) for treatment of diarrhea and fever (Medeiros and Albuquerque, 2012).…”

“…For example, authors from several regions throughout history have reported the importance of Cinchona spp. and Carapichea ipecacuanha for disease treatment (Sandwith et al, 1914;Kurian and Sankar, 2007;Alencar et al, 2010;Medeiros et al, 2010). According to Medeiros et al (2010) and Medeiros and Albuquerque (2012), nineteenth-century prescriptions from chemists and pharmacies in the monasteries of São Bento from Rio de Janeiro (State of Rio de Janeiro, Brazil) and Olinda (Pernambuco, Brazil) described quina as an antidiarrheal and febrifuge and ipecac as an emetic and expectorant.…”

“…and Carapichea ipecacuanha for disease treatment (Sandwith et al, 1914;Kurian and Sankar, 2007;Alencar et al, 2010;Medeiros et al, 2010). According to Medeiros et al (2010) and Medeiros and Albuquerque (2012), nineteenth-century prescriptions from chemists and pharmacies in the monasteries of São Bento from Rio de Janeiro (State of Rio de Janeiro, Brazil) and Olinda (Pernambuco, Brazil) described quina as an antidiarrheal and febrifuge and ipecac as an emetic and expectorant. Historically, these plants were initially used by indigenous populations, and have since been used in Europe and other parts of the world (Sandwith et al, 1914;Ortiz Crespo, 1994); therefore, there has been substantial overuse of these species throughout time (Assis and Giulietti, 1999) from pharmaceutical companies (Brandão et al, 2008).…”

“…Thus, the purpose of this paper is to provide a detailed historical documentation of the use of these two plants based on the observations made by Medeiros et al (2010) and Medeiros and Albuquerque (2012) related to their important participation in the nineteenthcentury Brazilian pharmacopoeia, particularly from 1837 to 1839, the 1840s, 1860s and 1880s, which is the time when the Rio de Janeiro monastery source was written, and the period from 1823 to 1829, when the Olinda monastery source was written. This work seeks to conduct a literature review to document the history of the discovery and use of these plants by accessing their ancient as well as their contemporary uses and to understand the reasons why these plants were and still are considered important for disease treatment.…”