Variação no número de glândulas e produção de óleo em flores de Stigmaphyllon paralias A. Juss. (Malpighiaceae)

Abstract

RESUMO -(Variação no número de glândulas e produção de óleo em flores de Stigmaphyllon paralias A. Juss. (Malpighiaceae)). Foi estudada uma população de Stigmaphyllon paralias (Malpighiaceae) em Feira de Santana, Bahia, Brasil, visando analisar a variação do número de glândulas e sua produção de óleo nas flores. Dos indivíduos analisados, 76% não variaram o número de glândulas entre suas flores, ocorrendo 41% de indivíduos com flores que possuem 10 glândulas, 31% com oito glândulas e 4% com nove glândulas. Nas flores dos morfos que apresentam oito e nove glândulas, as glândulas ausentes são sempre as da sépala inferior. Centris leprieuri e Epicharis sp. (Apidae: Centridini) foram as únicas espécies que visitaram S. paralias, coletando óleo como recompensa. A sépala inferior localiza-se sob o abdome do polinizador quando pousado na flor, tornando-se inacessível à coleta de óleo. Sugerimos que a incapacidade de utilização de algumas glândulas pelos polinizadores possa ter possibilitado o aparecimento de morfos nas populações que não apresentam estas glândulas como caráter adaptativo por gerar economia de recursos na produção de recompensa não utilizada pelo polinizador. Todas as glândulas de todos os morfos são funcionais. As flores dos dois morfos principais com oito e 10 glândulas, produzem a mesma quantidade total de óleo. As glândulas das flores com oito glândulas aumentam a produção em cerca de 20%, compensando a produção total de óleo por flor. Palavras-chave: Centridini, glândulas de óleo, polinizaçãoABSTRACT -(Variation in the number of glands and oil production in flowers of Stigmaphyllon paralias A. Juss. (Malpighiaceae)). A population of Stigmaphyllon paralias (Malpighiaceae) was studied in Feira de Santana, Bahia, Brazil. Variation of the number of oil glands and oil production in the flowers were analized. 76% of the individuals did not present variation on the number of glands among their flowers, 41% presented flowers with 10 glands, 31% with eight glands and 4% with nine glands. In the flowers of the morphs with eight or nine glands, the absent glands were always associated to the inferior sepal. Only Centris leprieuri and Epicharis sp. (Apidae: Centridini) visited flowers of S. paralias, collecting oil as rewarding. The inferior sepal is located under the pollinator abdomen when it is standing in the flower, therefore being inaccessible for oil collection. We suggest that the occurrence of glands not utilized by pollinators has allowed the appearance of morphs in the populations that do not present those glands. All glands of all flower morphs are functional. Flowers of the two more representative morphs, bearing eight and 10 glands, produce the same amount of oil. Glands of flowers with lower number of glands (eight) increase nearly 20% plus oil production, compensating oil production per flower.

Elaiophores: their taxonomic distribution, morphology and functions

“…Vogel (1990a) hypothesized that the absence or reduction of the number of glands in some species may represent a way of saving energy resources. Carvalho et al (2005), in turn, verified that there is a compensation in the use of energy resources and not economy, since the production of oil in Stigmaphyllon paralias is similar in flowers with eight or ten glands.…”

“…July-September 2017 et al 2011) have individuals with glandular and eglandular flowers in the same or in different populations. Banisteriopsis variabilis (Possobom 2013) Diplopterys pubipetala (Possobom et al 2015), Galphimia brasiliensis (Castro et al 2001), Heteropterys alternifolia (Costa et al 2006) and Stigmaphyllon paralias (Carvalho et al 2005;Costa et al 2006) have different numbers of elaiophores per flower in the same individuals. Vogel (1990a) hypothesized that the absence or reduction of the number of glands in some species may represent a way of saving energy resources.…”

“…Centridini (Centris, Epicharis) bees are the most frequent oil-collecting visitors of the neotropical Malpighiaceae species, but Tetrapediini (Tetrapedia) and Tapinotaspidini (Monoeca, Paratetrapedia) are also very common (Vogel 1974;Steiner 1985a;Sazima & Sazima 1989;Simpson 1989;Barros 1992;Teixeira & Machado 2000;Sigrist & Sazima 2004;Carvalho et al 2005;Benezar & Pessoni 2006;Costa et al 2006;Oliveira et al 2007;Vilhena & Augusto 2007;Ribeiro et al 2008;Bezerra et al 2009;Dunley et al 2009;Amorim & Marco 2011;Mendes et al 2011;Possobom 2013;Sazan et al 2013;Possobom et al 2015).…”

Functional role and evolutionary contributions of floral gland morphoanatomy in the Paleotropical genus Acridocarpus (Malpighiaceae)

“…Intraspecific variation has been reported for some Neotropical species of Malpighiaceae, as recorded in Byrsonima , Galphimia , and Stigmaphyllon A. Juss., having variable numbers of glands on the anterior and lateral sepals [53, 67, 71, 72]. It is interesting to note that the high variation in number and placement of sepal glands recorded in Acridocarpus (Fig 4) was not described for any other Malpighiaceae genus, which may be due to a labile gene expression to determine the presence of the glands on the calyx.…”

Biologia reprodutiva de espécies simpátricas de Malpighiaceae em dunas costeiras da Bahia, Brasil

“…Essa hipótese vem sendo corroborada por estudos filogenéticos que apontam para a subfamília Byrsonimoidae como o grupo mais basal da família (Cameron et al 2001, Davis et al 2001. Entretanto, a redução no número de elaióforos parece não diminuir a quantidade de óleo oferecida como recompensa (Carvalho et al 2005).…”