Objetivo: traçar o perfil epidemiológico de crianças e
adolescentes que apresentaram como fator etiológico
do traumatismo dentário a violência física. Sujeitos e
método: estudo de casuística em crianças (0-11) e adolescentes
(12-18) vítimas de violência submetidas a
exame de lesão corporal, periciadas por peritos odontolegais
no IML de Feira de Santana, Bahia, utilizando
dados secundários, no período de 1º de janeiro de 2007
a 31 de dezembro de 2014. Resultados: no período entre
2007 e 2014, foram periciados, por odontolegistas,
no Instituto Médico Legal (IML) de Feira de Santana,
Bahia, 107 casos de violência física contra crianças e
adolescentes. Desses, 39,2% apresentaram lesões dentárias,
todas provocadas por instrumento contundente;
os anos de 2011 e 2012 tiveram o maior número de
vitimados (21,5%); a maior prevalência de traumatismo
dentário ocorreu em 2011 (20,0%); 57 (53,3%) vítimas
eram do sexo feminino; 86 (80,4%) pertenciam
à faixa etária adolescente (12 a 18 anos); com relação à cor de pele da vítima, 76 (76,8%) eram faiodermas;
36 (83,7%) agressores não eram membros da família;
37 (50,7%) vítimas foram agredidas na rua; 33 (32,7%)
vítimas apresentaram duas lesões e, dessas, 10 (30,3%)
foram de traumatismo dentário; o braço foi o meio mais
utilizado para provocar as injúrias dentais traumáticas.
Conclusão: a maior parte dos vitimados pela violência
física que sofreram traumatismo dentário era do sexo
masculino, adolescente e faioderma. Os responsáveis
pelas agressões, na maioria dos casos, não tinha vínculo
familiar com a vítima e as agressões ocorreram em
maior prevalência na rua. As vítimas que apresentaram
duas lesões foram as que sofreram o maior número de
traumatismo dentário sendo na maioria dos casos provocados
pelas mãos, com socos e murros.